Entenda por que a vacina foi suspensa para os adolescentes
Infectologista descarta que medida do Ministério da Saúde tenha algo a ver com a segurança do imunizante
A vacina contra a Covid-19 é ou não eficaz em adolescentes? Ela traz riscos para a saúde dos jovens? Essas dúvidas surgiram após o Ministério da Saúde publicar, na noite de quarta-feira (15), uma nota técnica recomendando a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Em conversa com o Portal M!, o infectologista Robson Reis, que é professor da escola Bahiana de Medicina, descarta que a vacina cause danos à saúde dos adolescentes. De acordo com o médico, a ação do Ministério da Saúde não está ligada à segurança e, sim, a uma questão de logística, uma vez que, de acordo com ele, a pasta alega que a interrupção da imunização dos adolescentes é para garantir a aplicação da segunda dose em outros grupos.
“Hoje pela manhã começaram a aparecer alguns questionamentos de pacientes que vieram apresentar algum tipo de complicação por uso da Pfizer. Este relato é impreciso. Ressalto que quando você vacina milhões de pessoas, reações adversas podem acontecer. Elas tendem a ser leves, mas em algum momento podem ser graves”, explicou o especialista.
Robson faz questão de ressaltar a segurança do imunizante e diz que a suspensão da vacinação em adolescentes nesse período não significa que essa população não precisa ser vacinada. Para ele, mesmo que o Ministério argumente que pessoas de 12 a 17 anos apresentam a forma mais branda da doença, esses jovens também podem transmitir para demais públicos e devem ser imunizados.
“O Ministério da Saúde manteve a vacinação para pacientes com comorbidade de 12 a 17 anos que, teoricamente, são mais vulneráveis às complicações. Então não é uma questão da vacina trazer risco, é uma questão de priorizar grupos. A Organização Mundial da Saúde diz que existem grupos prioritários que são mais importantes do que os adolescentes em geral”, pontua o médico.
Robson Reis é infectologista e professor da escola Bahiana de Medicina
Orientação do Ministério
O posicionamento do Ministério da Saúde, surge de forma contraditória, segundo o infectologista, já que mesmo com a vacinação da segunda dose atrasada em ao menos seis estados, o ministro da pasta, Marcelo Queiroga, afirmou na quarta-feira que há “excesso de vacinas”.
“É verdade que nós avançamos muito em relação a vacina, isso é fato positivo, mas dizer que está sobrando vacina não está correto”, pontua Robson. “Esse tipo de conduta do Ministério da Saúde acaba colocando suspeita nas pessoas que começam a dizer justamente que não irão tomar vacina, porque alguma coisa aconteceu. É uma decisão administrativa que também pode afetar a este público que já é descrente em relação a própria pandemia a não se vacinar”, completa.
Transmissão da doença
Para o médico, a suspensão da vacinação em adolescentes é arriscada.
“Eles frequentam festas e, muita das vezes, não seguem a orientação de proteção. Moram com pessoas idosas ou trabalham em locais com pessoas que têm problema de saúde, então também deveriam ser vacinados. Agora só quem vai dizer a capacidade que tem de adquirir essas vacinas e garantir a segunda dose para quem ainda não tomou é o Ministério da Saúde. Eu acredito que ele tem que ter uma explicação muito boa para incluir esse grupo e posteriormente voltar atrás”, destaca o infectologista.
Robson Reis ressalta a segurança e eficácia do imunizante ao informar que todos os países onde o esquema vacinal passou a ser utilizado, as pessoas de 12 a 17 anos foram vacinadas.
“Alguns trabalhos científicos que foram utilizados nessa faixa de idade demonstram segurança e eficácia. Essas vacinas passaram a ser utilizadas em outros países, entre eles, os estados Unidos. A vacina da Pfizer, que é uma vacina de RNA, conseguiu demonstrar segurança eficácia nessa faixa de 12 a 17 anos, porém outras vacinas também estão pleiteando essa mesma utilização”, afirma.
O especialista destaca que a Coronavac inclusive vem pleiteando a vacinação a partir dos três anos. “Ressalto que a vacina da Pfizer que está sendo utilizada para este público, demonstrou eficácia e segurança nessa faixa de idade”, explica.
Após a publicação da nota do Ministério da Saúde, algumas cidades anunciaram a suspensão da vacinação de adolescentes, entre elas, as prefeituras de Natal (RN), Salvador (BA) e Distrito Federal (DF), porém São Paulo (SP) decidiu continuar a vacinação.
“Temos que chamar atenção que São Paulo, que tem um comitê de covid extremamente forte não seguiu a orientação do Ministério e continua a vacinar o público de 12 a 17 anos. Hoje o governo de São Paulo anuncia que vai continuar a vacinar este público”, diz o médico ao ressaltar a segurança da vacina.
Segunda dose
Robson diz que não há possibilidade de efeitos colaterais graves para quem tomou a primeira dose da vacina e não vai tomar a segunda dose por recomendação do Ministério da Saúde, mas informa que isso impacta na proteção do organismo contra a doença.
“O fato é que se você tomar a primeira dose da vacina e não tomar a segunda dose, ela não vai fazer o efeito de proteção esperado que foi publicado nos artigos científicos. A vacina da Pfizer tem uma eficácia em média de 95%, se você não faz uso da segunda dose, essa eficácia certamente não será atingida”, finaliza.
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