Combate ao câncer: nova droga elimina 100% dos casos testados
Pacientes submetidos ao tratamento experimental em subgrupo específico tinham câncer do reto em estágio localmente avançado
A publicação de um estudo no New England Journal of Medicine deixou a comunidade científica e pacientes com uma alta dose de esperança na luta contra o câncer. O uso do anticorpo monoclonal dostarlimab, já aprovado no Brasil pela Anvisa, eliminou o câncer do reto em 100% dos pacientes submetidos ao tratamento. Apesar de o teste ter envolvido apenas 14 pessoas de um subgrupo específico, o resultado é “inédito e surpreendente”.
A avaliação é da oncologista Anelisa Coutinho, da Clínica AMO, que acompanhou o evento anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), ocorrido em Chicago (EUA), no mês de junho, quando o estudo foi apresentado e discutido por especialistas de diversos países. No final de junho, a oncologista foi convidada pela Sociedade Peruana de Oncologia para reapresentar o trabalho no Best of ASCO Peru, em Lima, no bloco dos tumores gastrointestinais.
Exceto os tumores de pele não melanoma, o câncer colorretal é o terceiro tipo mais comumente diagnosticado em homens e o segundo em mulheres, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, é o terceiro mais frequente de modo geral, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que estima 40,9 mil novos casos no ano, com 20,5 mil óbitos (2020-2022). Próstata e mama lideram a incidência no país, com 66 mil casos por ano cada.
“Quando se fala de câncer, a maior expectativa é ter medicações eficientes que possam promover a cura dos pacientes acometidos por essa doença. Apesar de ainda pequeno, o estudo é extremamente importante. Envolveu pacientes com adenocarcinoma do reto localmente avançado, portadores de uma alteração gênica específica”, comenta a médica, que é membro da ASCO e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
A especialista explica que habitualmente o tratamento para câncer do reto localmente avançado envolve radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “A ideia dos autores foi oferecer imunoterapia como tratamento inicial, avaliar a resposta após 6 meses e somente oferecer a forma padrão, caso não houvesse resposta ao tratamento experimental”, pontua a oncologista Anelisa Coutinho, comemorando que a grande notícia é que houve resposta clínica completa em todos os pacientes testados.
“Nos primeiros pacientes avaliados não havia qualquer evidência de tumor residual após o tratamento. O estudo continua em andamento e a expectativa dos autores é ter uma amostra com pelo menos 30 pacientes”, explica, destacando que o tempo de acompanhamento após tratamento ainda é curto (média de 6,8 meses) e os pacientes ainda continuam em observação.
Redução de efeitos colaterais
A médica diz que “sem dúvida esse já é um excelente resultado, que pode efetivamente modificar a maneira de tratar esse subgrupo especial de pacientes portadores de instabilidade de microssatélites, com elevada taxa de resposta, poupando-os de efeitos colaterais habitualmente relacionados com o tratamento padrão de radioterapia, quimioterapia e cirurgia”.
Na prática oncológica, já se recomenda a testagem de instabilidade de microssatélites para todos os pacientes portadores de câncer colorretal, o que favorece as escolhas de tratamentos, cada vez mais direcionados. “O teste é simples, largamente disponível em muitos laboratórios de patologia do Brasil e é realizado inicialmente no material de tecido da biópsia tumoral”, explica.
“A ciência evoluiu e aprendemos a individualizar os tratamentos, identificando o que melhor se adequa para cada paciente e considerando mutações específicas que possam ser alvejadas por drogas direcionadas a essas alterações”, sinaliza a oncologista Anelisa Coutinho.
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