Olívia Santana aponta prioridades do governador eleito, Jerônimo Rodrigues, e diz que PC do B precisa ampliar espaço no novo governo

A boa administração do atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), deixará bons frutos para o governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT). Assim avalia a deputada estadual reeeleita, Olivia Santana (PCdoB), que falou sobre a sua expectativa para o novo governo nos próximos quatro anos. A parlamentar ainda apontou a vitória de Lula para a presidência da República como “grandiosa”.

“O Nordeste e a Bahia terão um outro tratamento. Vamos sair desse jejum perverso que tivemos no que diz a respeito ao governo federal, e acredito portanto que teremos um ambiente mais favorável a um bom desempenho do Jerônimo Rodrigues à frente do governo baiano. Então, a minha expectativa é positiva. Jerônimo recebe uma herança bendita do governo Rui, uma bateria de obras para inaugurar, além da conquista que tivemos no cenário nacional com a volta de Lula como presidente do Brasil”, destacou a deputada durante entrevista nesta quarta-feira (23) ao programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

Sobre a equipe de transição dentro do governo, Olívia destacou que o dialógo está acontecendo e que há chances de ampliações no partido PCdoB em ocupar outros órgãos estaduais.

“O PCdoB é a terceira força política do grupo que compõe esse trabalho tão importante e demos uma contribuição muito relevante nessas eleições. Precisamos ampliar nosso espaço no governo, é preciso rearrumar as forças que ficaram e outras que chegaram, então o PCdoB tem sim condições de ocupar mais secretarias, nós queremos e temos essa expectativa”, comentou.

Na ocasião, Olivia Santana falou sobre o resultado das eleições no estado e afirmou que muitos dos antigos aliados que desacreditaram de Jerônimo Rodrigues tiveram atitudes grotescas.

“Muitos apostaram que seríamos derrotados, não acreditaram em Jerônimo, assumiram uma atitude de arrogância e até de humilhação em relação ao nosso candidato. Ele [Jerônimo] é uma figura experiente também na política, não é tão conhecido em Salvador, mas os municípios e diversos baianos conhecem o trabalho de Jerônimo na agricultura familiar. Ele foi do Ministério do Desenvolvimento Agrário e fez um trabalho reconhecido na Educação. Os frutos virão fortemente a partir de agora.”

Para ela, a convicção de que já havia um nome consolidado para assumir o cargo de governador da Bahia não passou apenas de uma tradição politíca.

“Quem perdeu deve está reavaliando as atitudes de ter apostado em um nome, uma tradição política e quebrou esse mito de que ACM Neto por ser herdeiro do seu avó, como se tivesse predestinado a governar a Bahia. Muitos apostaram nisso e o povo deu a resposta correta nas urnas.”

Prioridades no governo

Mesmo sendo o PT, partido o qual governa o estado há 16 anos, Jerônimo Rodrigues, reafirma que haverá novas prioridades e um novo governo durante o seu mandato.

Neste contexto, Olivia Santana traçou os principais quesitos que devem ser prioridades para o governador eleito.

“Não tenho dúvidas que tanto o governo da Bahia, quanto o governo de Lula, vão priorizar a saúde, considerando tudo que vivenciamos e o estrago nesta área com muitas vidas perdidas por conta do governo irresponsável de Jair Bolsonaro. Entretanto, temos outros estragos, como na educação, muitas escolas paradas. Mesmo aquelas com aulas virtuais, a população mais pobre tem muito mais dificuldade em ter acesso a internet, sem contar que o próprio ambiente da casa que não favorece a concentração do estudo”, apontou.

Para a deputada estadual, é chegada a hora de investir com muito mais força na educação, combate a fome e pobreza e o desemprego. “A fome é um desafio emergencial, nosso povo precisa comer três refeições. A gente não pode naturalizar a miséria e a falta de acesso ao alimento num país que é o terceiro maior produtor no mundo. Temos que pensar em perspectivas e em pensamentos estratégicos, mas também em qualificar as pessoas para que elas possam ter melhores oportunidades.”

*Confira a entrevista na íntegra: