Bolsonaro questiona cardiologista: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me f* e eu depois perder a eleição, né?”

O encontro realizado na manhã desta segunda-feira (15) entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, cotada para assumir o Ministério da Saúde, não fluiu muito bem para nenhum dos lados.

Mesmo com o nome rejeitado pelos apoiadores do presidente nas redes sociais, a cardiologista foi recebida em Brasília. A médica contava com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), do procurador-geral da República, Augusto Aras, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Durante a entrevista, Bolsonaro manteve seu estilo direto e ríspido ao questionar a médica: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.

Como resposta, segundo o portal Poder 360, Ludhmila afirmou que as medidas de distanciamento mais restritivas deveriam ser tomadas em situações extremas, em locais em que o número de doentes e de mortes exigisse isso.

O ainda ministro Eduardo Pazuello, que estava na reunião, disse que tinha dados diferentes, e que os governadores estavam mentindo sobre a taxa de lotação de UTIs e outras estatísticas.

Após a negativa da cardiologista Ludhmila Hajjar para assumir o lugar de Pazuello, o Governo Federal estuda outros três nomes cotados para assumir a pasta.

Um deles é Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O médico é um bolsonarista “raiz” e agrada mais aos militantes fiéis ao presidente. O outro cotado para o cargo é o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ).