Pesquisa da FGV aponta que mais de 50% das empresas manterão mudanças adotadas na pandemia

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas apontou que quase 90% das empresas brasileiras promoveram alguma alteração no seu modo de operação durante a pandemia de Covid-19. O estudo também indicou que 56% das companhias manterão, parcial ou totalmente, as mudanças implementadas durante o período de distanciamento social.

Entre as alterações estão o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, apontado por 18% das empresas. O home office foi adotado por 83% para atividades administrativas, mas apenas por 20% para atividades operacionais. Já um terço das empresas afirmou ter utilizado novos meios de vendas. 

A pesquisa mostra também que os comerciantes que realizam vendas online se tornaram maioria após a pandemia. Antes da crise, 47% realizavam pelo menos parte das suas vendas por canais online (53% só vendiam por lojas físicas). Agora, 62% vendem via internet e 38% continuam restritos às vendas presenciais.

“Isso não é só no Brasil, está acontecendo no mundo inteiro. Houve uma aceleração dos processos de automatização, do home office, do comércio eletrônico. Foi algo bastante desafiador, principalmente para médias e pequenas empresas. Vinha crescendo, e a pandemia acelerou mudanças que aconteceriam a longo prazo”, afirma Viviane Seda Bittencourt, uma das pesquisadoras do Ibre/FGV responsáveis pela sondagem.

Informática e supermercados

Entre os que devem manter as novas práticas se destacam a indústria de informática e eletrônicos (75%), os serviços de informação e comunicação (73%) e os supermercados (72%). O desenvolvimento de novos produtos também é destaque na indústria. 

No setor de serviços, que responde pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) e é o mais prejudicado pela pandemia, muitas empresas adotaram a estratégia de atender o consumidor em domicílio. Isso se aplica a 20% dos que prestam serviços às famílias (no segmento de beleza, por exemplo) e de informação e comunicação. “Essas empresas tiveram que se adaptar a esse momento de pandemia de alguma forma. Muitas tiveram que se reinventar”, afirma Bittencourt.