Número de falências de empresas chega a 71,3% em junho

Por conta da falta de caixa e incapacidade financeira para honrar todas suas dívidas, em virtude da pandemia de covid-19, cada vez mais empresas vêm decretando falência ou realizando pedidos de recuperação judicial.

Em junho, segundo levantamento da Boa Vista SCPC, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 44,6% e o de falências decretadas, 71,3%, em relação a igual período de 2019. Porém, se os números já não apontam um bom cenário, especialistas apontam que o horizonte deve ficar pior neste segundo semestre.

“A diferença entre os dois processos é que a recuperação judicial, instrumento criado em 2005, representa uma chance de a empresa se recuperar sem que a falência seja decretada pelo juiz, ou seja, sem que a companhia encerre suas atividades. Nos dois casos, o volume de pedidos vinha arrefecendo no início deste ano, mas com a pandemia do novo coronavírus voltaram a crescer”, afirmou o economista, Flávio Calife.

Essa primeira onda de processos judiciais envolve empresas que já vinham tendo problemas financeiros antes da pandemia. Uma das explicações é que os credores estão mais sensíveis à situação provocada pela crise da Covid-19 e estão evitando recorrer a execuções de garantias – um dos fatores que acabam levando as empresas à recuperação judicial.

Além disso, muitas companhias aguardam a aprovação de um Projeto de Lei (Nº. 1.397) que está no Senado e que daria um pouco mais de tempo para as empresas equalizarem suas contas. O texto permitiria que as empresas deixassem de pagar a dívida por 30 dias e depois entrassem em negociação com os credores. Nesse processo, mais barato que o de uma recuperação judicial, elas ganhariam quatro meses.

*Com informações do Estadão.