“Foco absoluto é explorar ao máximo o que a refinaria pode dar”, diz o CEO da Acelen ao destacar a visão competitiva do grupo
A empresa Acelen, criada pelo fundo Mubadala Capital, vai injetar R$1,1 bilhão na planta este ano
Desde que foi vendida, a antiga Landulpho Alves (Rlam), localizada na cidade de São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), hoje Refinaria de Mataripe, passou a operar com praticamente em sua capacidade máxima, beirando os 95% de produção. A nova empresa Acelen, criada pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, assumiu a indústria, que era gerida pela Petrobras, em dezembro do ano passado.
O CEO a Acelen, Luiz de Mendonça, falou em entrevista com o colunista de A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, que a mudança na produção se deu ao investimento em mais de R$ 1 bilhão e R$ 100 milhões, equivalente a cerca de 2,5 vezes a mais que a estatal brasileira injetava na refinaria, além do incremento de novos equipamentos, antes nunca usados no Brasil.
“Primeiro, a refinaria da Bahia fazia parte antigamente de uma rede de refinarias da Petrobras. Então, nem sempre ela, a refinaria da Bahia, a refinaria de Mataripe estava sendo privilegiada no cenário de produção ou até para abastecer o próprio mercado da região, do Nordeste. No nosso caso, é o nosso ativo, e a gente quis subir a capacidade. Desde o primeiro momento, a gente veio subindo a capacidade até a gente atingir o máximo potencial que a gente pode na refinaria”, explicou Luiz de Mendonça.
“Acho que precisou primeiro a gente estar investindo muito em manutenção e em contabilidade, depois acho que eu posso falar um pouco mais, mas só esse ano a gente vai investir na refinaria mais de R$1 bilhão e R$100 milhões. Isso é 2,5 vezes o que vinha sendo colocado na refinaria por ano pela Petrobras. E quase tudo isso focado em garantir a segurança, maior disponibilidade dos ativos, maior confiabilidade dos ativos, maior tempo de produção.Alguns descarregam lamentos pontuais”, acrescentou o diretor executivo da Acelen.
Com os devidos investimentos, Mendonça explicou que a refinaria bateu o recorde na produção de diesel e dobrou a de parafinas, assim como lubrificantes. Um dos pontos primordiais que também contribuiu para elevar a produção ao máximo foi o investimento em equipamentos para a ampliação da recepção de navios, que hoje chegam com aproximadamente mil barris de petróleo no atracadouro da indústria.
“O que a gente precisou fazer, por exemplo, foi logo no começo, logo ali em janeiro e fevereiro, a gente trouxe equipamentos que não existiam, que nunca foram usados na Bahia, que permitissem a gente receber navios de até um milhão de barris de petróleo. Então, os navios que normalmente a refinaria recebia eram muito menores. Isso abriu para a gente a possibilidade de maior leque de petróleos do mundo que a gente hoje tem condição de acessar na refinaria”, disse Mendonça.
“Então, a gente já bateu o recorde de produção de diesel, que obviamente é um combustível que está muito demandado no Brasil e no mundo, a gente dobrou a produção de parafinas, aumentamos a produção de lubrificantes. Então, teve muita coisa que estava ali na mão, bastava pisar no acelerador. E teve várias modificações que a gente teve que fazer o mais rapidamente possível. Não terminamos ainda, a gente ainda tem até o final do ano, é um programa anual que a gente está fazendo. Alguns requerem parar algumas unidades por alguns dias para fazer a modificação que a gente precisa, mas é isso. Foco absoluto em explorar ao máximo o que essa refinaria pode dar”, acrescentou.
Investimento de R$1,1 bilhão em um ano
A expectativa é que a empresa aplique os R$1,1 bilhão ao longo deste ano e parte do valor já foi injetado na refinaria, segundo explica Luiz de Mendonça, em manutenção, principalmente em uma parte das instalações que estava para a cerca de três anos. A previsão é repartir a unidade no próximo mês de agosto e realizar a contratação de novos operadores.
“Aproximadamente metade desse valor está sendo investido em manutenção, em melhoria das condições que a gente encontrou da refinaria. Uma parte importante… Tem uma unidade importante que estava parada há dois ou três anos, a gente deve reparti-la agora em agosto. Então, precisou fazer uma recuperação importante da unidade e das suas capacidades para que ela repartisse. Inclusive, a gente teve que contratar novos operadores para operar essa unidade a partir de agosto”, revelou o CEO da Acelen.
“Tem muito investimento também nos sistemas de informação da Acelen. A gente começou a operar nos sistemas da Petrobras e a gente precisa também desenvolver sistemas segregados, independentes da própria Acelen. Aí a gente foi, por exemplo, buscar as melhores soluções do mundo em termos de sistemas de informação, rede, servidores, tudo mais. Então, eu te diria, metade em manutenção, vamos chamar assim, talvez mais uns 10-15% em aumento de capacidade, e o resto em, vamos dizer, modernização da refinaria e dos sistemas de informação da refinaria”, emendou o gestor.
A conquista de uma indústria independente
Durante a entrevista, Luiz de Mendonça também falou sobre os desgargalos que a Refinaria de Mataripe está conquistando que vão desde a crescente produção até a pesquisa de novos produtos, que antes não existiam no Brasil, como o ‘propano especial’, que é um produto para o mercado de aerossóis antes importado da Argentina.
“Na verdade, acho que essa conquista já está consolidada. Acho que a gente ainda tem oportunidades… Esses são produtos que a gente chama de produtos especiais. Obviamente, tem os produtos de grande volume, gasolina, diesel, nafta, petroquímica, fuel oil, que é o combustível de navio, e aí tem vários produtos em uma refinaria, não quero ser técnico, mas lembrando um pouco da química orgânica, ela vai do C2 ao C22”, comentou.
“Então, esse monte de C aí, esse monte de carbono, eles podem ser combinados para fazer uma miríade, uma enormidade de produtos, e é isso que a gente tem buscado. Então, a gente lançou produtos novos, que não existiam, por exemplo, o propano especial, que é um produto para o mercado de aerossóis, que era um produto que não tinha no Brasil, ele era importado da Argentina, e a gente lançou no Brasil. Então, assim, tem inovação, tem desgargalamento, tem mudanças aí em algumas das unidades para ter condição de ou atingir a qualidade necessária ou as condições do novo produto”, felicitou.
A falta de qualificação na Bahia
De acordo com o CEO, um dos principais problemas enfrentados pela empresa na Bahia é a falta de qualificação profissional para operar junto aos avanços na refinaria de Mataripe. Para tentar superar a barreira, a Acelen firmou parceria com o Senai e adotou estratégias para resolver a precariedade da mão de obra baiana.
“A gente tem várias frentes… Obviamente, a gente precisa de talento, a gente precisa de pessoas com experiência, porque uma empresa desse tamanho, ela é nova, mas ela é muito grande, temos 28 unidades lá na refinaria, temos também projetos de outros investimentos. A gente precisa de muita gente. Então, a gente está seguindo várias estratégias paralelas, a gente contratou pessoas experientes vindas de fora”, explicou.
“Então, por exemplo, nesse momento, a Acelen que há pouco mais de um ano o primeiro empregado fui eu, era só eu, hoje a gente tem mais de 300 pessoas entre São Paulo e, sobretudo, a maioria na Bahia. E aí a gente trouxe gente de várias indústrias, de várias empresas de ponta, seja da petroquímica, do pólo petroquímico de Camaçari, seja de outras refinarias, seja da Ford. Eu tenho gente que realmente é muito qualificada que a gente conseguiu atrair para o projeto Acelen”, falou.
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