Psicólogo Sérgio Mazione explica como crenças, religião e modo como pessoa vive impactam no luto

Na véspera do Dia de Finados,  data que mistura os sentimentos de tristeza e saudade pelos parentes e amigos que partiram, o psicólogo Sérgio Manzione explicou o impacto do luto no psicológico das pessoas.

Em entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil, ele disse que passamos neste momento por um luto coletivo, por conta da pandemia da Covid-19.

“Negar que algo exista não vai fazer com que essa coisa não exista. A maneira que a pessoa encara o mundo, suas crenças particulares, a própria religião vai modificar a maneira que a pessoa encara esse problema. O luto é uma reação extremada diante de uma perda significativa de uma pessoa ou de um relacionamento”, explicou.

Manzione explicou também sobre a cultura de outras religiões e países, como o México e a África, que celebram o dia dos mortos, para lembrar como foi a pessoa em vida, em detrimento do sofrimento da perda.

“Em alguns lugares facilitam essa aceitação. Lidar com este tipo de situações para alguns é muito fácil. No espiritismo, por exemplo, é um pouco mais simples, porque acredita que vai ter uma vida após a morte. Não existe uma extinção, mas pra quem fica é sempre algo problemático, porque fica a dor e aos poucos que via se transformando em saudade”, ressaltou.

O psicólogo destacou que no Brasil temos essa cultura do luto, da morte como sofrimento e que provoca uma modificação de papéis muito grande “dentro da família, dentro de uma sociedade”.

“Qualquer grande ruptura podemos chamar de luto, que está associado à morte, porque é a grande perda e até irreversível. Aí a gente tem que se acostumar com um novo processo, uma nova conscientização da vida, a ressignificação da vida para quem fica. Mas pode ser relacionado a um relacionamento, que se possa romper, como um namoro ou relação profissional”, finalizou.