Programa municipal auxilia cidadãos a saírem do vício das drogas

A Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) auxilia pessoas a se livrar das drogas encaminhando-as por meio da Comunidade Terapêutica Pró-Vida, que é administrada pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra). A parceria tem o objetivo de ajudar no tratamento de pessoas em uso abusivo de substancias psicoativas.
 
A política pública da Sempre é chamada de Acolhimento Transitório, que foi implantada, por meio da Diretoria de Políticas Sobre Drogas (DPSD), para oferecer acolhimento residencial transitório e psicossocial de pessoas jovens, adultas, famílias (com ou sem filhos) e pessoas idosas de ambos os sexos em vulnerabilidade e/ou risco social, que fazem uso abusivo de drogas.

Robson Miranda Argôlo Júnior, depois de 20 anos fazendo uso do crack, se considera atualmente livre das drogas por meio da iniciativa. “Quando cheguei na Pró-Vida, comecei a acreditar que havia possibilidade de mudanças, apesar de 20 anos entre altos e baixos entregue ao crack. Mas, com muita ajuda, foquei na faculdade. Além dos métodos aplicados, me disponibilizaram um notebook, uma sala de estudos e eu terminei o semestre com excelência”, contou Argôlo Júnior.

“Hoje eu durmo em um quarto com porcelanato e ventilador, cama de madeira de lei, temos comida vegetariana. Enfim, nos sentimos gente e capacitados para mudar. O ambiente é tão saudável que os internos que estão em abstinência dão as mãos aos outros” explicou o rapaz.
 
Focado em concluir a faculdade, ele garante: “Vou fazer meu TCC baseado na minha experiência lá dentro, pois tenho certeza que a educação transforma. No meu estágio cheguei a alfabetizar três acolhidos e a faculdade demonstrou até mesmo o interesse em conhecer o projeto de perto”.
 
O secretário da pasta, Kiki Bispo, diz que esses cidadãos recebem, nas unidades parceiras, um tratamento especializado e multidisciplinar com base em atividades terapêuticas, educacionais e profissionalizantes. A abordagem é realizada de forma participativa e trata a dependência química por meio de uma mudança no estilo de vida, entendendo o uso abusivo como sintoma de um desajuste psicológico e social do indivíduo.
 
Cada pessoa vai trabalhar as suas questões individuais nas etapas do tratamento. Com isso, elas aprendem novas maneiras de se expressar. Na última etapa, a da reinserção social, eles começam a se fortalecer para deixar o centro por meio de atividades profissionalizantes.

“O método empregado para o tratamento decorre de um trabalho multidisciplinar em regime de internação de no mínimo nove meses e um máximo de 18 meses, dependendo das necessidades de cada pessoa”, explicou Kiki Bispo.
 
A Sempre mantém parceria com duas Organizações da Sociedade Civil (OSCs), a Adra e o Desafio Jovem. Juntas, elas ofertam 70 vagas de Acolhimento Transitório para homens em situação de uso abusivo de substâncias psicoativas. Ainda em 2022, esse número será ampliado para 350 vagas – novo edital possibilitará parceria com até dez OSCs.