ARTIGO: Mea culpa*
Ao solicitar o adiamento do depoimento que faria no último dia 13, na Justiça Federal, por conta de mais um processo em que foi indiciado pela a Operação Zelotes, para poder visitar o Papa Francisco, no Vaticano, alguns pensaram que o ex-presidente Lula faria uma mea culpa ao Sumo Pontífice pelos crimes pelos quais já […]
Ao solicitar o adiamento do depoimento que faria no último dia 13, na Justiça Federal, por conta de mais um processo em que foi indiciado pela a Operação Zelotes, para poder visitar o Papa Francisco, no Vaticano, alguns pensaram que o ex-presidente Lula faria uma mea culpa ao Sumo Pontífice pelos crimes pelos quais já foi condenado ou é réu. Mero engano. Não houve a confissão de culpa e muito menos a chamada “benção dos inocentes” (benedictionem et innocentum) que seria dada a alguém condenado por crimes que não tenha cometido.
Aproveitando-se da brecha que a justiça brasileira permite, já que juridicamente não existem restrições às suas viagens exterior, Lula foi fazer proselitismo político-partidário. Uma vez que foi temporariamente absolvido pelo Supremo Tribunal Federal, que desconsiderou a sentença condenatória que lhe foi imposta em 2ª Instância, o ex-presidente talvez esperasse, em um hipotético apoio do Papa, a sua absolvição pelos crimes pelos quais já foi condenado em nos processos nos quais é réu.
O proselitismo é o intento e o empenho de converter uma ou várias pessoas, ou determinados grupos, a uma determinada causa, ideia ou religião. No caso em si, o que Lula busca é converter não apenas os seus seguidores, mas o mundo, incluindo aí a maior autoridade da Igreja Católica, da sua inocência. E, tal como seus seguidores, que não usam a palavra “ex”, não consegue se desvincular do cargo de presidente e agora se apresentou ao Papa como estadista, para “discutir” temas como a fome, a desigualdade social e a intolerância. E “um mundo mais justo e fraterno”.
A assessoria do ex-presidente distribuiu fotos do encontro com o Papa, onde ele aparece como que recebendo uma bênção do Sumo Sacerdote. Não se sabe, contudo, o teor dessa conversa e, segundo a Agência France Press (AFP), a Santa Sé não vai divulgar um comunicado oficial devido ao caráter privado da reunião. O Partido dos Trabalhadores divulgou, no entanto, que Lula aproveitou a visita ao Vaticano para realizar encontros políticos com líderes de partidos de esquerda italiana e com representantes da Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália, entidade similar à CUT.
O Marquês de Maricá (1773-1848) cujo nome era Mariano José Pereira da Fonseca, político, filósofo e escritor, disse que “O arrependimento é ineficaz quando as reincidências são consecutivas“, explicando que de nada adianta a mea culpa se a pessoa continua a incorrer nos mesmos erros. A mea culpa, que pode ser definida como “minha mais grave falha”, consiste num pedido de perdão ou num reconhecimento da própria culpa. E é tudo o que o ex-presidente vem fazendo, apesar dos cinco processos em que aparece como réu e das duas condenações já definidas, mesmo que em 2ª Instância.
Em 2006, depois do Supremo julgar o Mensalão, a avant première do atual Petrolão, escândalo financeiro envolvendo, principalmente a Petrobras, em que os principais líderes do PT e de partidos aliados acabaram presos, Lula fez mea culpa, dizendo traído pelos companheiros. Como, apesar de ser apontado como o líder do Mensalão, sequer foi indiciado, acabou se desdizendo, e afirmando que o Mensalão fora uma farsa.
Agora, depois de condenado a mais de 12 anos e preso por causa do inquérito do tríplex no Guarujá, Lula foi solto, depois que o Supremo Tribunal Federal criou jurisprudência que deu liberdade aos condenados até o esgotamento dos recursos judiciais. E, por isso, o Papa Francisco serviu como mais um pretexto para seu proselitismo político-partidário.
*Adilson Fonseca é Jornalista e escreve neste espaço sempre às quartas-feiras.
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