Réu por envolvimento na chacina do Cabula, PM é candidato a vereador em Salvador

Seria mais um caso de um agente das forças de segurança tentando uma vaga na política nas eleições deste ano, não fosse pelo detalhe de que ele pode estar envolvido na chacina do Cabula de 2015. Na tragédia,12 jovens morreram na madrugada de 6 de fevereiro, na Vila Moisés, depois uma ação em que pelo menos nove agentes estiveram envolvidos.

Cinco anos depois, um desses, Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, ou Alexandre Tchaca Tchaca, que virou réu após a episódio, ainda não solucionado, tem utilizado as redes sociais para tentar angariar votos. Ele, que é candidato pelo Patriota, se apresenta aos mais de 24 mil seguidores como “pai de três filhos”, “servidor público” e “filho de comunidade carente”.

Contudo, apesar do processo que tem contra ele, a legislação não impede pessoas investigadas ou réus de concorrerem ao cargo. A Lei da Ficha Limpa veta apenas candidatos com condenação em segunda instância, o que não é o caso de Alexandre. A ação penal sobre o Caso Cabula tramita na primeira instância do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), sem decisão de mérito.

Além disso, o postulante a vereador também é investigado por envolvimento em outros casos de mortes decorrentes de intervenção policial, ou seja, no exercício da função. Ele é citado, junto a outros colegas de corporação, em pelo menos sete inquéritos abertos pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para apurar ocorrências do tipo entre 2018 e 2020, todos após o episódio no Cabula.

*Com informações do Bahia Notícias.