Vixe! Wagner e Rui estremecidos de novo. As dificuldades que ameaçam a candidatura de Cacá. E mais, terá 2º turno na Bahia?

As dificuldades para Cacá Leão 
Não há unanimidade no grupo capitaneado pelo candidato ACM Neto sobre a real possibilidade de eleger Cacá Leão para o Senado. No próprio campo oposicionista, se diz é que há uma resistência enorme hoje ao nome do candidato do PP, tanto em Salvador quanto no interior. E isso começou a ser explicitado dentro do próprio grupo. Lideranças têm demonstrado contrariedade e se negado a pedir votos para o filho do vice-governador João Leão. Muitos chegam a falar, inclusive, que teria sido melhor manter o veterano como candidato ao Senado e ter colocado filho na suplência. A impressão que se tem é que Cacá queria muito ser senador, mas não queria “comer a poeira” da campanha.

Cacá Leão

Jovem na idade, velho no discurso 
O problema, dizem no grupo ligado ao União Brasil, seria a forma como Cacá conduz a própria trajetória política. Jovem na idade, experiente na política e conhecedor exímio das entranhas da política de Brasília, o progressista estaria sendo criticado por ter posturas e discursos que mais o assemelham a um ancião, o que difere completamente do estilo do pai, que, apesar da elevada idade, encanta por onde passa. Leão, o pai, tem o dom da oratória e usa isso muito bem a seu favor. Já o filho tem colecionado “caras de muxoxo”, devido à dificuldade de empolgar nas suas falas e alavancar a própria candidatura. O gato subiu no telhado do PP.

Cacá e João Leão

Estratégia mantida e aposta na reta final 
O que se comenta na cúpula da campanha de ACM Neto, no entanto, é que a estratégia para eleger Cacá está mantida e tem dado certo até agora. Num primeiro momento, o objetivo era consolidar o voto no candidato ao governo, tornando o postulante ao Senado mais conhecido ao longo do processo eleitoral, com a expectativa de intensificar a aposta no progressista nos últimos 10 dias de campanha, quando o eleitor passa a definir, realmente, em quem vai votar na eleição.

ACM Neto e Cacá Leão

Otto mantém a vantagem 
Segundo as pesquisas eleitorais divulgadas até agora, o atual senador Otto Alencar mantém-se na liderança. Mas, como a eleição para o Senado é de um turno só, não está descartado o voto casado Neto-Cacá, que pode crescer na reta final e ameaçar o favoritismo do atual senador do PSD. Conta a favor de Otto a relação próxima que mantém com os vários prefeitos e lideranças do seu partido, que o defendem com unhas e dentes. 

Otto Alencar

Progressista com um pé lá e outro cá
Outro problema apontado por pessoas próximas ao comando de campanha do UB é a presença do presidente do PP de Lauro de Freitas, André Miranda, que está sempre na cola de Cacá. O detalhe é que o dirigente partidário mantém uma relação próxima com o Partido dos Trabalhadores do município e com a prefeita Moema Gramacho. “Apesar de o PT e o PP terem rompido no âmbito estadual, na cidade e na RMS todos se comportam como se nada tivesse acontecido”, disse um próprio integrante do PP, incomodado com a situação. 

André Miranda

Wagner e Rui estremecidos de novo? 
Muito se fala que o senador Jaques Wagner tem se afastado da campanha da Bahia para se dedicar à eleição nacional e que desentendimentos com o governador Rui Costa estariam por trás dessa decisão. Mas o que temos de verdade nessa conversa de bastidor? O próprio senador trata de afirmar que não há afastamento algum. “A única verdade é que a algumas caminhadas eu não tenho ido por uma questão muito simples: eu tenho um tornozelo fissurado e eu não aguento ficar andando muito”. 

Jaques Wagner e Rui Costa

“Não há afastamento” 
Em sua justificativa, Wagner disse que, “às vezes”, ele consegue chegar ao final no comício. “Por exemplo, eu vou para Serrinha. Vou ver como é o comportamento do pé. Porque ficar em pé, ficar na caminhada, às vezes não tem como”. E completou: “Não tem afastamento algum. Eu ontem estava com Rui lá na gravadora, já estive com ele em outras coisas, eu e ele apresentamos o Jerônimo juntos. A gente discute tudo. Felizmente, aqui não tem soldadinho de chumbo. Então, eu não dou ordem e os outros obedecem, nem Rui dá ordem e os outros obedecem. A gente discute. Pode polemizar alguma coisa, mas não tem desentendimento algum”. 

Rui Costa

Longe do desentendimento 
O senador lembrou ainda que ele e Rui estavam juntos no palanque do 7 de Setembro, no Campo Grande, e o governador saiu de lá e foi para o Nordeste de Amaralina participar de uma caminhada ao lado do candidato a vice, Geraldo Júnior (MDB). “Se você me perguntar se tudo que ele pensa eu penso, claro que não. Tudo que eu penso, ele pensa? Claro que não. Mas está longe de desentendimento. Aliás, essa aposta já fizeram uma porrada de vezes”, disse Wagner, na tentativa de minimizar os desentendimentos internos no próprio grupo. 

Jaques Wagner

Estratégia de voto casado nas pequenas cidades 
Deputados com mandato, ligados ao União Brasil, se surpreenderam nos últimos dias com a força da estratégia montada pelo Partido dos Trabalhadores para garantir o voto casado em Jerônimo e em Lula, sobretudo nas pequenas cidades e na zona rural do interior da Bahia. A estratégia estaria sendo comandada por diversos prefeitos aliados ao governo petista.

Lula e Jerônimo Rodrigues

A força do time em ação 
O argumento usado pelos gestores e lideranças políticas locais é sobre a necessidade de o eleitor votar casado nos candidatos petistas, reforçando o conceito de time, adotado pela campanha do PT. Alguns prefeitos chegam a afirmar que a saída do petismo do governo pode prejudicar e asfixiar a suas administrações locais. Essa informação casa, inclusive, com a percepção de alguns oposicionistas de que a eleição para o governo ainda não está definida na Bahia. Explico. 

Cenário indefinido na Bahia 
Apesar de ACM Neto manter a liderança nas pesquisas, Jerônimo tem crescido nas amostragens divulgadas. A dúvida continua sendo até onde o presidente Bolsonaro consegue crescer no estado e qual o poder de transferência de votos que ele tem para embalar a candidatura do seu aliado João Roma, do PL. O entendimento é que, se o ex-ministro crescer e chegar a 15% até o dia 20 de setembro, a eleição pode ser definida no 2º turno. No entanto, se Roma ficar entre 8% e 10%, a eleição para o governo pode ser concluída já no dia 2 de outubro. 

João Roma e Jair Bolsonaro

Ataque para sangrar o PT 
Por mais que minimizem a possibilidade de 2º turno para o governo da Bahia, as mudanças na estratégia de ataque têm alterado quase todos os dias. Deputados mais aguerridos têm sido convocados para bater em Jerônimo e no PT e expor os problemas graves da segurança pública e educação do estado, reforçando o discurso de cansado de material dos governos petistas. O detalhe é que isso mostra a preocupação do núcleo do União Brasil diante do crescimento do postulante do PT. 

Que estratégia Neto usará num eventual 2º turno?
Uma vez confirmada a disputa em dois turnos para o governo da Bahia, a dúvida agora é sobre a estratégia que será usada pelo candidato ACM Neto numa eventual próxima fase do pleito. Neto abraçaria Bolsonaro? Ele continuaria neutro para seguir atraindo os aliados do atual presidente, de Lula e Ciro? Ou fecharia um pacto nos bastidores de não agressão a Lula, como foi feito tempos atrás pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães, em que o líder petista não se envolveu diretamente na campanha baiana, já que ele sabia da importância do estado e dos votos dos netistas para pavimentar sua vitória no 2º turno. 

A guerra das pesquisas 
A guerra das pesquisas tem deixado o eleitorado baiano completamente perdido. Cada instituto tem suas amostragens para justificar as vantagens dos seus candidatos. Aliados de ACM Neto dizem que ele ganha já no primeiro turno. Já os apoiadores de Jerônimo garantem que ele vence a disputa. E, quando você conversa com pessoas próximas a Roma, todos dizem que ele estará no 2º turno. Portanto, fica difícil saber qual pesquisa está certa e como o eleitor baiano vai se comportar no pleito. Pelo sim, pelo não, sabemos que pesquisas mostram cenários do momento, mas não definem eleição. Até porque, eleição ganha é eleição com urna aberta.

Ameaça real ou estratégia de marketing? 

A candidata a deputada estadual pelo PL da Bahia, Valdete Miranda, gravou um vídeo ameaçando o governador Rui Costa e a comitiva do candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, na cidade de Cristópolis, no interior baiano. O motivo da ameaça foi o fato de a comitiva ter passado na frente do seu comitê eleitoral, no último final de semana. Em vídeo que circula nas redes sociais, a candidata bolsonarista ameaçou e elevou o tom contra o governador. Vixe!

Valdete Miranda

“Tenho arma e porte de arma”
“Fica sabendo, não estou te ameaçando, estou afirmando que tenho arma e porte de arma. Vem de novo, governador, na porta do meu comitê. E não é só o senhor, tem esse tal de Jerônimo também. Vão procurar o que fazer, me respeita. Sai fora do meu comitê”, bradou a bolsonarista. Nos últimos dias, assassinatos, tiros dentro de igreja e agressões em comícios se somaram a outros casos violentos, que levaram a ameaças, mortes e agressões. O que preocupa é o tensionamento político, juntamente com a proximidade com a data da eleição.