Vixe! Quem está por trás do secretariado de Jerônimo? Meta é avançar e fazer um governo técnico. E mais, sobram vontades, mas falta densidade para muitos partidos 

Meta é avançar e fazer um governo técnico

O anúncio dos primeiros 11 integrantes do secretariado de Jerônimo Rodrigues fez muitos petistas analisarem os sinais emitidos com a confirmação de parte do primeiro escalão. De acordo com pessoas que acompanharam o anúncio feito pelo governador na segunda, o desenho do novo governo indica um movimento de “desRuizar” a gestão, tirar a cara do governador Rui Costa. No entanto, quem conhece Jerônimo diz que a meta dele é fazer uma gestão técnica, dando continuidade aos projetos e às ações que deram certo, fomentando obras e atraindo investimentos para a Bahia. 

Influência de Wagner 

Muitos aliados indicam que os auxiliares anunciados até agora por Jerônimo têm muito mais afinidade com o núcleo do senador Jaques Wagner do que com o atual governador, que vai assumir como ministro da Casa Civil de Lula. Basta observar os nomes indicados até agora: Dos três que foram mantidos da gestão atual, o titular da Fazenda, Manoel Vitório, é um quadro oriundo do governo Wagner que seguiu com Rui. 

Jaques Wagner

Caetano continua à frente das articulações

O secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, também integra o governo Rui como uma indicação de Wagner. Ele foi mantido no posto pela alta capacidade de dialogar com os deputados na Câmara Federal e na Assembleia e servir de ponte importante junto aos prefeitos baianos.

Luiz Caetano

Loyola tem relação de confiança com Jerônimo 

Outro secretário que teria trânsito com Wagner, mas que é totalmente ligado a Jerônimo, é o novo Chefe de Gabinete, Adolpho Loyola. Jovem e com perfil conciliador, possui bom trânsito com prefeitos e lideranças do interior e foi fundamental ao longo da campanha. Pra quem não sabe, a relação dele com o novo governador vem desde a passagem dos dois pelo governo Dilma e se manteve nos locais onde Jerônimo trabalhou. Loyola esteve junto na pasta de Desenvolvimento Rural, na de Educação, na campanha eleitoral desse ano e terá mais espaço ainda no próximo governo. Ele deixa de ser assessor para assumir o protagonismo junto ao novo governador.

Adolpho Loyola 

Diogo pode ir para a Embratur 

Mantido no governo Jerônimo, o secretário de Turismo, Maurício Barcelar, foi preservado no posto na cota do irmão João Carlos Bacelar, deputado reeleito. O que mais chamou a atenção nessa confirmação foi o fato de que, para comandar a Setur, o nome cogitado era o do atual presidente da Bahiatursa, Diogo Medrado. No entanto, há quem diga que o gestor do turismo baiano pode ser alçado à condição de presidente da Embratur, numa indicação feita por Rui Costa, que assumirá como ministro da Casa Civil. 

Diogo  Medrado

Arranjos e indicações para o governo Jerônimo 

O detalhe é que a primeira leva de futuros secretários também contou com arranjos para acomodar aliados derrotados na eleição deste ano. Os deputados Afonso Florence e Sérgio Brito, por exemplo, vão para o governo estadual para abrir espaço para os suplentes Josias Gomes (PT) e Charles Fernandes (PSD). Florence assume a Casa Civil e se torna o gerentão do governo, e Brito assume a pasta de Infraestrutura. Espaço, inclusive, que era cogitado para ser ocupado pelo deputado federal Otto Filho, o mais votado da última eleição com mais de 200 mil votos. 

Afonso Florence

André ou Bruno na Comunicação? 

Uma grande incógnita ainda paira sobre a indicação do secretário de Comunicação de Jerônimo. Na última sexta e sábado, o nome definido era o do jornalista Bruno Monteiro, assessor do senador Jaques Wagner. No entanto, na segunda-feira, o nome do atual secretário André Curvello voltou a circular com força, como o quadro ideal para continuar à frente do posto. 

André Curvello e Bruno Monteiro

Ativista dos Direitos Humanos

Desmembrada, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos vai ser comandada pelo ativista Felipe Freitas. Jovem e ainda desconhecido do meio político, ele vem do movimento estudantil e é apontado pelo PT como um quadro técnico, sobretudo por seu trabalho como ativista na área. 

Combate à fome como prioridade 

Já a pasta de Assistência e Desenvolvimento Social será conduzida pela atual secretária da Reparação, Fabya Reis. O detalhe é que a nova titular terá o desafio de ajudar Jerônimo a combater a fome e a insegurança alimentar na Bahia, já que essa é uma das principais metas do novo governador. 

Fabya Reis

Sobram vontades, falta densidade 

Dois dirigentes partidários conversavam entusiasmados essa semana sobre a formação do novo governo na Bahia. Um deles, mais eloquente, chamava atenção para o fato de que muitos partidos queriam cargos, mas não tinham densidade eleitoral para isso. “Falta uma balança na casa de muitos deles”, ironizou um veterano, ao falar que os espaços deveriam ser proporcionais ao tamanho dos partidos. A expectativa, inclusive, é que o governador eleito anuncie, de hoje até sexta, novos nomes que vão atuar no seu governo. 

Por que Tum na Agricultura? 

Vindo de um mandato com pouca densidade e expressão pública, o deputado Tum foi alçado à condição de secretário de Agricultura da Bahia por causa de arranjos políticos feitos entre Jerônimo e sua região, a sisaleira. O detalhe é que Tum e seu grupo haviam apoiado o candidato ACM Neto no primeiro turno e depois mudaram de lado, apoiando o petista no segundo, dando a Jerônimo uma expressiva vitória nas cidades da região. 

Deputado Tum

A nomeação de Olívia subiu no telhado 

Ao que tudo indica, a nomeação da deputada Olívia Santana na Secretaria de Cultura “subiu no telhado”. O PCdoB não cogita assumir a pasta, muito menos indicar a parlamentar para o posto. Os comunistas querem aumentar a participação no governo estadual, mas não da forma como a própria deputada estava conduzindo. Até porque, além de manterem a Setre e ampliar os espaços, eles não querem perder um mandato na Assembleia Legislativa. Isso devido ao fato de a saída de Olívia do parlamento abrir margem para a entrada da suplente Neuza Cadore, filiada ao PT e integrante de federação com os comunistas.

Olívia Santana