Vixe! Nilo bate o martelo mas falta definir partido. Volume de obras do governo empolga Wagner. E pesquisa do PT anima Neto

Volume de obras do governo empolga

Deputados da base do governo no estado dizem que a receptividade da população para o senador Jaques Wagner é enorme e que ele será um candidato competitivo na próxima eleição. Um parlamentar governista ouvido pela coluna diz que por onde passa a comitiva do senador e do governador Rui Costa  consegue atrair a atenção do eleitorado, sobretudo, devido ao grande volume de obras que o governo do PT tem nos quatro cantos da Bahia. 

Cabos eleitorais 

Outro deputado, que possui bom trânsito no Palácio de Ondina, disse ontem na reabertura dos trabalhos na Assembleia que as últimas pesquisas eleitorais, somadas à fortaleza que representa o ex-presidente Lula na Bahia, evitarão que debandadas aconteçam no grupo, como a já esperada mudança de lado do deputado federal Marcelo Nilo, hoje no PSB. “Prefeitos, deputados e lideranças não mudarão de lado, pois sabem da força de Lula sobre a campanha de Wagner. Aliado a isso, temos a entrega de novas obras, o que é uma marca da gestão Rui Costa”, enfatizou, ao reforçar o peso deles como cabos eleitorais. 

O ex-presidente Lula

Baixa adesão em Jacobina 

Diferente da empolgação na seara do PT, o governista diz que na  última quinta-feira, o ex-prefeito ACM Neto teria feito um ato em Jacobina que contou com adesão baixíssima da população. “Tanto que eles não quiseram repercutir, diante do fiasco político do encontro”, como completou o parlamentar. Ele disse ainda que, diferente do cenário encontrado pelo democrata, “por onde Wagner passa a aceitação do nome dele é altíssima”. ” O galego tomou gosto pela campanha e está arregaçando as mangas no diálogo com a população. Tanto que só essa semana ele vai visitar várias cidades para fortalecer o seu nome e o projeto político do PT na Bahia”.

Pesquisa do PT anima Neto 

Uma nova pesquisa de intenção de votos, contratada pelo núcleo duro do governo Rui Costa, teria saído do forno nos últimos dias e animado pessoas próximas a ACM Neto. Democratas tiveram acesso aos números, que mostravam a larga vantagem do ex-prefeito da capital baiana contra seu principal adversário, Jaques Wagner. 

ACM Neto

Reforço 

A sondagem teria acendido o sinal de alerta na seara petista e feito com que caciques do bloco governista agilizassem a articulação para a entrada em campo do publicitário Sidônio Palmeira, responsável pelas últimas quatro vitórias do PT na Bahia, e cotado para fazer a campanha do ex-presidente Lula. “Pelo que se comenta reservadamente, até mesmo o candidato Jaques Wagner poderia ser orientado a não falar um monte de coisas”. A pressão tem aumentado também para que se cheguem a um consenso e anunciem logo a chapa governista, como foi prometido por Wagner para janeiro. O mês acabou e. nao aconteceu.

Sidônio Palmeira

Falta a definição do partido 

A mudança do deputado Marcelo Nilo para o lado de ACM Neto está praticamente sacramentada. Informação obtida com exclusividade pela coluna Vixe dá conta de que o acordo está 95% fechado, faltando apenas a definição do novo partido do socialista, fato que deve acontecer já nos próximos dias. O problema hoje está justamente nessa escolha do abrigo político, o que expõe Nilo. Cinco legendas estariam em negociação avançada com o pré-candidato ao Senado. Dentre elas, a que possui maior viabilidade hoje é o MDB, dos irmaos Geddel e Lúcio Vieira Lima. A avaliação é que a sigla, que já apoiou o DEM e o PT no estado, além de ter capilaridade no interior, poderá ficar livre também para “encostar” em vários candidatos à presidência da República.

Geddel Vieira Lima

Cavando a própria sepultura 

“O MDB pode ficar livre na disputa presidencial e apoiar Lula, Bolsonaro, Ciro. Até porque, caso Marcelo Nilo vá para o partido, ele terá que se apegar a um candidato forte nacionalmente, como o senador Otto Alencar, que tentará  a reeleição e vai colar sua imagem na do ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas na Bahia”, como disse um ex-deputado à Vixe no final de semana, ao enfatizar que o presidente do PSD poderá sair com um candidato com 60% dos votos lhe puxando. “Portanto, Nilo sabe que não pode começar com alguém que tem 2% ou 6%. Pois se fizer isso, será derrotado e estará cavando a própria sepultura”, disse. 

Presidente Jair Bolsonaro 

Saída pela porta da frente 

Uma pessoa que conversou essa semana com Marcelo Nilo disse que a saída dele do PSB será pacífica e que ele quer sair pela porta da frente. Nilo teria sentado nos últimos dias com a deputada federal Lidice da Mata, presidente do partido na Bahia, e que o entendimento é que ele aproveitará a janela partidária para comunicar a desfiliação e seguir o próprio destino.

Lídice da Mata

O início da debandada 

A expectativa é que o deputado defina seu rumo e que reúna seus apoiadores políticos para anunciar a decisão. O entendimento no entorno dele é que “o senador Marcelo Nilo”, como já começa a ser chamado, articule com ACM Neto a estratégia de lançamento da candidatura e dê início à debandada do bloco governista. 

Marcelo Nilo 

Ausência inédita na Assembleia 

Os últimos dois dias foram cheios de trocas de farpas entre os líderes de governo e oposição na Assembleia Legislativa. Tudo começou quando o deputado Sandro Regis (DEM) comunicou que a bancada oposicionista não participaria da forma presencial à leitura da mensagem do Executivo, feita ontem pelo governador Rui Costa, devido ao não pagamento das emendas impositivas e ao não cumprimento de promessas estabelecidas em anos anteriores. Essa foi a primeira vez que uma bancada de oposição não compareceu ao ato regimental de abertura dos trabalhos legislativos. 

Plenário da Assembléia Legislativa da Bahia

Decisão política 

O líder do governo Rosemberg Pinto (PT) reagiu à decisão da oposição de não comparecer ao Parlamento. De acordo com ele, os deputados da minoria tiveram um posicionamento meramente político, em função da disputa eleitoral deste ano. O petista disse enxergar com “estranheza” a fala do líder oposicionista e disparou. “Lamento e reafirmo que essa é uma indelicadeza e estranho a posição do deputado Sandro Reis. Eu o tenho como um deputado educado e cortês. Portanto, esta sua fala pública não condiz com a realidade, a não ser uma estratégia  política”.

Rosemberg Pinto

Deboche com a cara do povo 

Durante a leitura da mensagem feita pelo governador, o deputado Sandro Régis tratou de enviar nota para a imprensa afirmando que o discurso era “um deboche com a cara do povo”. O líder disse que Rui voltou a repetir promessas não cumpridas de campanha e que são “requentadas” frequentemente. “Além de falar sobre ações para a educação da Bahia, que tem os piores índices do Brasil. Isso é um verdadeiro absurdo, um deboche com a cara do povo baiano. O governador mais uma vez repetiu promessas, como a ligação Ilhéus-Itabuna, que é quase um conto de fadas que vem assombrando desde o governo de Jaques Wagner”, disse ele, ao ironizar ainda a propagada construção da ponte que “um dia” ligará Salvador a Itaparica. “Obras completamente eleitoreiras. Educação e segurança nunca foram prioridade do PT na Bahia”.

Sandro Régis

Rumo no União Brasil 

Desde que o ex-juiz Sérgio Moro entrou na prateleira como uma opção para ocupar a vaga de Bolsonaro no Palácio do Planalto que a movimentação nos bastidores do União Brasil tem sido intensa. Lideranças da ala que vem do PSL preparam uma reunião com a cúpula do DEM para este início de fevereiro para definir se o novo partido ficará neutro na disputa à Presidência, se terá candidatura própria ou se vai apoiar um nome de outro partido, como Moro ou João Doria. O encontro está sendo articulado pelo presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que se coloca como nome para ocupar a vaga de vice de Moro. 

Luciano Bivar

Busca pelo entendimento 

Nos bastidores, a informação é que esta reunião vai definir de vez o rumo do novo partido. Parte do PSL prefere apoiar Moro, pelo fato de o ex-juiz se mostrar o nome da terceira via mais viável para furar a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Mas a turma do DEM prefere liberar a legenda para que os filiados decidam nos seus estados a candidatura mais viável. ACM Neto, por exemplo, é um entusiasta dessa ideia. No entanto,  embora haja resistências de políticos do DEM ao ex-juiz, a própria cúpula do partido, que inclui o governador Ronaldo Caiado, também não descarta apoiá-lo caso o ex-magistrado cresça nas pesquisas. 

Sérgio Moro

Uma terceira opção

Além do entendimento sobre o apoio a candidatura ou a liberação da legenda, na reunião, a cúpula da União Brasil vai discutir até a possibilidade de atrair Eduardo Leite (PSDB) para que ele se candidato pelo partido.  o governador do Rio Grande do Sul é considerado por uma ala do DEM o melhor nome para a chamada terceira via. Pena que ele foi atropelado pelo governador de São Paulo, João Doria, que vencer as prévias do partido. 

Eduardo Leite

Questão de dignidade 

Se na alta cúpula do União Brasil há muitas dúvidas sobre como vão se posicionar nacionalmente, em outra turma que compõe o partido a escolha já está feita. Deputada de primeiro mandato, a professora Dayane Pimentel está de corpo, alma e coração na pré-campanha de Sérgio Moro. Segundo a ex-bolsonarista, a decisão de apoiar o ex-juiz é uma questão de necessidade. “Para mim apoiar o Sérgio Moro é uma questão de dignidade”, enfatizou.

Dayane Pimentel