Vixe! Lula bagunça o jogo sucessório na Bahia. A saída de Carreira e a mudança no secretariado de Rui. E a dificuldade de o PT renovar seus quadros

Toda quarta temos novidades da política, do mundo empresarial e das artes pra que você entenda melhor “como a roda gira” nos bastidores


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Glaucia Farias 16/02/2022 08:41 Vixe

A dança das cadeiras de Rui
Um dos assuntos mais comentados no Centro Administrativo da Bahia é a provável mudança no secretariado que o governador Rui Costa deverá fazer abril. Com a troca de comando na Secretaria de Saúde, com Adélia Pinheiro no lugar de Tereza Paim, a pasta de Ciência e Tecnologia passou a ser uma das primeiras a serem colocadas no rol de possibilidades do governador. 

Desincompatibilização
Alguns secretários e dirigentes de órgãos públicos deverão se desincompatibilizar em abril para disputar a próxima eleição. Além da Secti, tem a Secretaria de Desenvolvimento Regional, comandada por Josias Gomes, a Sedur, gerida por Eures Ribeiro, além da pasta de Administração Penitenciária, sem titular efetivo desde a saída de Nestor Duarte Neto. Há ainda a possibilidade de mudança na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Caso o PP não consiga emplacar Nelson Leal na vaga de vice, ele deverá sair do governo para disputar a reeleição na Assembleia Legislativa da Bahia. A conferir. 

Josias Gomes

Carreira deixará Bruno para seguir com Neto
O secretário da Casa Civil de Salvador, Luiz Carreira, deverá deixar o comando da pasta em abril, período legal para que agentes públicos possam se desincompatibilizar e participar da campanha eleitoral deste ano. Ex-deputado, Carreira deverá auxiliar na construção do plano de governo do democrata. A expectativa é que ele seja substituído pelo subsecretário da pasta, Moyses de Oliveira Andrade Júnior. Além de Carreira, deverão fazer parte do núcleo duro da campanha o ex-governador Paulo Souto, que já é do staff de Neto, e o secretário de Cultura de Salvador, Fabio Mota, que deverá ser o coordenador. 

Luiz Carreira

Queimando etapas 
A informação que circulou nos últimos dias na Praça Municipal, de que o ex-prefeito ACM Neto teria colocado a sucessão da Câmara de Salvador no rol de possibilidades de espaços a serem negociados com o Republicanos, teria deixado muita gente de cabelo em pé na política da capital. O que se perguntava ontem numa roda de conversa na Câmara era se Neto já tinha sentado pra discutir o assunto com o presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior, que comandará a própria sucessão do Legislativo soteropolitano.

Geraldo Júnior

Rui errou ao não formar sucessor
Petistas históricos ouvidos ontem pela coluna Vixe admitiram que o governador Rui Costa errou feio ao não preparar um nome novo do partido para disputar a sua sucessão. A expectativa do próprio senador Jaques Wagner era que Rui formasse um quadro, como ele fez com o atual governador, que era desconhecido do grande público e se tornou chefe do Executivo. “Esse é um problema: o fato de Rui não ter colocado em prática a estratégia sugerida por Wagner, que tem mais quatro anos no Senado”, disse um dos petistas, ao enfatizar que o senador não queria entrar na disputa, apesar de agora parecer estar tomando gosto pela candidatura, que pode naufragar devido às articulações do ex-presidente Lula com o PSD. 

Rui Costa

PT tem dificuldade de renovar quadros
Pelo visto, a dificuldade na formação de novos quadros no Partido dos Trabalhadores não é exclusivo da Bahia. O fato é que na maioria dos estados a situação se repete, o que mostra um cenário complicado, de não ter candidaturas competitivas. Em São Paulo, a cara nova, que não é tão nova assim na política paulista, é do ex-prefeito Fernando Haddad, que deverá disputar o governo estadual. 

Fernando Haddad

Lula bagunça o jogo na Bahia
A notícia de que o ex-presidente Lula teria convencido o governador Rui Costa a disputar o Senado pegou muita gente de surpresa ontem. O assunto era colocado como possibilidade remota no ano passado, sendo rechaçado pelo próprio Rui e pelos partidos de esquerda. Ontem, o ex-presidente se reuniu em São Paulo com o governador baiano e com os senadores Otto Alencar e Jaques Wagner para discutir o assunto. 

O ex-presidente Lula

Estratégia negociada com Kassab
Pelo que se comenta nos bastidores, a estratégia passa pela negociação direta com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que filiaria o ex-tucano Geraldo Alckmin no partido, alçando-o à condição de vice na chapa de Lula. Essa composição levaria o senador Otto Alencar a desistir da reeleição à Câmara Alta (o que ele não quer), para que possa disputar o governo do estado, tendo Rui para o Senado e um nome do PP para a vice. Na bolsa de apostas está o ex-deputado Roberto Muniz (o favorito) ou o deputado licenciado Nelson Leal.

Gilberto Kassab

Impactos na campanha da Bahia
A articulação nacional do ex-presidente estaria trabalhando pela troca de comando do governo baiano, que tem o PT há quase 16 anos no poder, em troca de Alckmin na chapa presidencial petista e Otto no governo da Bahia. O fato é que a legenda não tem o costume de abrir mão da cabeça de chapa para os aliados. O Partido dos Trabalhadores quer ser sempre o protagonista. Na verdade, a dúvida que pairava ontem nas rodas da política era se essa movimentação mudaria ou não processo sucessório não estado. A avaliação é que o jogo continua o mesmo, competitivo, com um candidato governista diferente do previsto, forçando uma mudança radical nas estratégias dos candidatos para ganhá-lo. 
 
Estratégia dificulta a vida de Neto?
Uma pergunta volta e meia era feita ontem: essa estratégia do PT e do PSD dificulta pra ACM Neto, já que Rui aparece disparado nas pesquisas para a vaga ao Senado, o que acabaria impactando positivamente na candidatura de Otto, que teria também o peso do ex-presidente Lula no processo? Na verdade, essa resposta depende de que ótica da observação. “Se você for olhar sob a ótica do PT será uma, mas, se for pela visão de um netista, será outra. Apoiadores do democrata vão dizer que melhora para o democrata porque diminui a liga do candidato do PSD com Lula, até mesmo pela perda do número 13, o que retira o discurso de esquerda da base do PT, uma vez que a disputa passa a ser toda no campo originalmente cartista com Otto x ACM Neto”, como explicou ontem um atento observador da política baiana. 

ACM Neto

Rui no Senado liquidaria Nilo
Como o governador Rui Costa aparece nas pesquisas com 52% dos votos para o Senado, a eleição complicaria muito para o deputado federal Marcelo Nilo, que está mudando de lado na política baiana para poder tentar a vaga na chapa de Neto. “Marcelo seria liquidado pela força de Rui, Lula e do 13 do PT”, completou. 

Marcelo Nilo 

Leão governador
Por mais que não esteja definido ainda, a ideia é que vice de Otto seja do PP, indicado pelo atual vice-governador João Leão, que ganharia protagonismo na política local com a licença do titular, Rui Costa, para concorrer ao Senado. Leão herdaria um mandato tampão de oito meses, como ele defendeu em meados do ano passado numa reunião com Rui e Wagner no Palácio de Ondina. O “Bonitão” pode ser alçado ainda à condição de ministro num eventual governo Lula. 

João Leão

Digerindo a novidade
Quem conversou ontem com o senador Otto Alencar disse ter percebido pelo tom de voz dele que o cenário não está definido, mas que está bastante adiantado. O detalhe é que por mais que Otto e Wagner digam que não há nada confirmado ainda, a possibilidade de o senador do PSD entrar na disputa ao governo não parece o animar tanto nesse momento. Otto quer continuar no Senado e sem a correria do executivo estadual. 

Otto Alencar

Sacrifício em nome do projeto 
O próprio dirigente local do PSD já disse várias vezes que não será empecilho para a formação da chapa e que não tem ânsia por cargos. Ele já foi quase tudo na Bahia e tem falado a aliados que não quer a correria de uma campanha ao governo. “Quero continuar no Senado”. No entanto, pela força de Lula chegamos à conclusão de que os interesses políticos se sobrepõem à qualquer lógica ou vontade, fazendo com que Otto tenha que partir para o tal sacrifício “em nome do projeto”. 

E Wagner?
Apesar de não ter demostrado empolgação até ano passado, o “galego” parece ter tomado gosto pela campanha ao governo. Uma vez sendo convidado por Lula a desistir da candidatura, Wagner, que tem mais quatro anos como senador, poderá trabalhar para se viabilizar como presidente do Senado em um eventual governo petista ou ainda atuar como ministro. Ele atuaria também como um dos principais articuladores da campanha do ex-presidente na região Nordeste. 

Jaques Wagner

Por enquanto, o quadro continua o mesmo
No entanto, depois das últimas especulações, o ex-governador baiano postou uma mensagem no Twitter falando que, por enquanto, o quadro continua o mesmo: “Nosso objetivo é fortalecer a unidade do grupo para ganharmos mais uma vez na Bahia e com Lula. O quadro continua o mesmo, com minha pré-candidatura ao Governo e o desejo de Otto e Leão de disputarem o Senado. Política é assim: se conversa muito até se chegar a um consenso”, disse Wagner.

Bolsonaro queria Neto, que o rejeita
Pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro na Bahia são enfáticas ao afirmar que o ex-prefeito ACM Neto enfrentará um cenário muito adverso nessa eleição devido ao raciocínio que ele mesmo construiu, de que Bolsonaro tem uma grande rejeição e que, por isso, ele tem que atacar para provar que não é bolsonarista. Enquanto isso, o ministro da Cidadania, João Roma, continua se movimentando para viabilizar a própria candidatura no estado. 

Terceira via derretendo 
O elemento dificultador é que Neto não vai ficar nem com Bolsonaro e nem com Lula, numa eleição em que a terceira via está derretendo. O que se fala no entorno de Roma é que o cenário agora mostra que Neto escolhe com quem vai cair. “Porque se coloca ele com Moro, ele cai; se coloca com Ciro, ele cai. Com Dória nem precisa dizer”, como avaliou um ex-aliado do Democratas, ao completar que “com o palanque aberto ele não pega tração”. “Não da liga”.

Ciro Gomes

Bolsonaro como amante 
O próprio ministro João Roma disse na semana passada que Neto “quer Bolsonaro de amante, mas não quer passear de mãos dadas com ele”. Até porque, apesar de ele falar o contrário, há uma verticalização histórica na Bahia, de alinhamento da disputa local com a nacional. Como Lula tem 60% dos votos no estado, há quem diga que Roma cresce e Neto cai. A conferir.

Presidente Jair Bolsonaro

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