Tem gente graúda no PT que não consegue entender o que o secretário Carlos Martins, titular da pasta de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), faz ainda no governo estadual. Tem figurão no partido, por exemplo, aguardando a saída do secretário, que já foi sinalizada há dois meses pelo governador Rui Costa. Quem acompanha de perto o caso diz que Martins só está no posto devido à pressão exercida por deputados da tendência Reencantar, do PT. Isso, mesmo com a queixa geral de que a SJDHDS está paralisada, apesar de controlar uma área sensível para os petistas.
O ministro solução
Apesar de ser deputado de primeiro mandato e está em sua primeira passagem pelo governo federal, o ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, já é conhecido por ser jeitoso em Brasília. Não é a toa que, na última reunião ministerial, ganhou o apelido de “João Solução”. Os colegas recorrem a ele, especialmente quando precisam mexer nos cofres de Paulo Guedes e não querem partir para o embate. Pelo que se comenta na capital federal, o apelido foi dado pelo general Luiz Eduardo Ramos, secretário-geral da Presidência. Roma, óbvio, adorou.
Está tudo liberado?
A informação que circula nos bastidores do Democratas é que a legenda, presidida pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, deverá mesmo liberar os filiados com mandato para escolher qual presidenciável apoiar em seus estados em 2022. Conforme a Coluna Vixe deu na última semana, a avaliação da cúpula que dirige a legenda é que hoje “é mais interessante deixar os parlamentares livres, em vez de apoiar uma candidatura fixa à presidência da República”. Até porque, isso beneficia diretamente o próprio Neto na Bahia.
Fusão a passos largos
Até então considerada uma mera especulação dos bastidores, a fusão entre o DEM e o PSL parece que começa a ganhar corpo. Há duas semanas o entendimento entre os partidos passou a ganhar novos contornos, por entenderem a importância de formar um super partido, podendo chegar a 80 deputados federais em Brasília. O PSL hoje tem 53 parlamentares. Já o DEM tem 28. Pelas contas dos caciques dos partidos, alguns nomes podem sair e outros podem chegar para integrar a nova legenda. Como chamariz para a próxima campanha, o novo partido terá dinheiro do fundo partidário e tempo de rádio e televisão, se tornando uma força não só nos estados mas em todo o país.
Super bancada
A expectativa, inclusive, é que o novo partido eleja a maior bancada na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Pelo que se comenta hoje no DEM, ACM Neto, sendo realmente candidato, ajudará a eleger de nove a dez deputados estaduais e Elmar três. Na Câmara, sairia de 6 para 9 federais, após a junção dos partidos.
Sete estados travam fusão
Apesar de dirigentes do PSL e DEM terem a intenção de anunciar a fusão das siglas na próxima semana, a conversa nas cúpulas dos partidos esbarra em divergências em estados como Rio, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco Paraíba, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Por ter a maior bancada da Câmara, com 53 deputados, o que lhe garante a maior fatias do fundo eleitoral em 2022, o PSL deseja a presidência da futura sigla, que ainda não tem nome ou número definidos, mantendo controle sobre o caixa das campanhas. O ex-prefeito ACM Neto deve ficar como secretário-geral do partido e Luciano Bivar como presidente.
Mandetta será rifado
A fusão entre o DEM e o PSL pode levar, inclusive, ao consenso de que não será vantajoso lançar o nome do ex-ministro Henrique Mandetta como candidato a vice na chapa do pedetista Ciro Gomes, como era especulado. O mais provável é que o partido libere os parlamentares nos estados. Enquanto para ACM Neto a melhor estratégia é não se vincular a nenhum presidenciável, para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o melhor cenário é apoiar o atual presidente Jair Bolsonaro. Já para os filiados de São Paulo, o mais interessante é estar livres para apoiar a provável candidatura de João Doria pelo PSDB. Portanto, o cenário hoje é do libera geral.
E o PSDB?
Há quem diga também que o clima de “liberou geral” não agradaria o PSDB, tendo em vista que o DEM sempre marchou com os tucanos na disputa federal. Aqui na Bahia, por exemplo, os partidos têm uma relação harmoniosa e devem marchar unidos. Os tucanos, inclusive, sonham em ver o prefeito de Mata de São João, João Gualberto, como candidato a vice de ACM Neto. Se vai conseguir, aí já é outra história. A conferir.
Não encheu uma Kombi
As manifestações esvaziadas contra o presidente Jair Bolsonaro do último domingo repercutiram demais na internet. Não foi o que se esperava nas ruas das 15 cidades do país. Em Salvador, por exemplo, um grupo liderado pelo Livres, Novo e MBL até tentou organizar uma manifestação no Farol da Barra, mas deu traço. A discussão após o ato no grupo de WhatsApp dos organizadores foi pra saber se havia mais ambulantes ou manifestantes. “Pela quantidade, dava em uma kombi”, provocou um bolsonarista infiltrado no grupo, que logo foi rifado pelos administradores. “MBL + NOVO + PDT + etc. o famoso protesto que tinha mais siglas que gente. Fiasco”, cutucou o também bolsonarista e vereador de Salvador, Alexandre Aleluia.
Dia 02 vai ser diferente
O PT e outras legendas de esquerda, que não aderiram aos protestos do último domingo, já começaram a organizar uma manifestação contra o governo como resposta ao 7 de setembro e ao fracasso do dia 12. A direção do partido anunciou um ato contra Bolsonaro para 2 de outubro. “Dia 2 não vai ter manifestação home office. Se os liberais não conseguiram encher uma Kombi, nós vamos encher um Maracanã”, alfinetou um petista.