Vixe! Eduardo Leite cresce e expõe racha no PSDB, e evento-teste opõe Bruno e Rui

Todas às quartas, temos novidades da política, do empresariado e da cultura para que você entenda melhor “como a roda gira” nos bastidores


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Osvaldo Lyra 07/07/2021 07:49 Vixe

Um PSDB dividido

A posição do deputado federal Aécio Neves, contrária ao lançamento de uma candidatura à presidente da República pelo PSDB, serviu para demonstrar como o ninho tucano está dividido. Candidato derrotado ao Planalto em 2014, o mineiro tenta a todo custo convencer os correligionários a não entrarem na disputa em 2022, sob a justificativa de que o partido pode minguar e até mesmo, sumir do mapa. Há quem diga que Aécio quer, na verdade, que sobre dinheiro do fundo partidário para privilegiar a formação de bancadas nas Assembleias Legislativas e na Câmara Federal. O certo nessa história é que o ex-presidenciável, que hoje não possui peso nenhum na cúpula partidária, expõe as vísceras do PSDB, que está dividido, mostrando que as suas principais lideranças carregam apenas seus próprios interesses e não conseguem construir um consenso.

As prévias

Ao todo, são quatro pré-candidatos disputando a indicação do partido nas prévias, que estão previstas para acontecer em novembro. No páreo, o governador de São Paulo, João Dória, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o senador cearense Tasso Jereissati. Como o PSDB está literalmente partido, não há consenso. Com direito a voto nessa disputa, temos 25% dos prefeitos e vices,  outros 25% dos votos dos deputados e vereadores, mais 25% dos filiados e outros 25% dos congressistas e governadores.

O pai da vacina 

Vamos aos nomes. Um deles é o governador de São Paulo, João Dória, que até tentou se viabilizar como o defensor da ciência e “o pai da vacina”, mas a estratégia até agora não vingou. Inexplicavelmente, pesa sobre a imagem do governador paulista uma pecha de pernóstico, que acaba depondo contra ele e resultando numa elevada rejeição dentro e fora do PSDB. Dória controla o partido no maior estado do país, mas isso não o coloca como favorito. Muito pelo contrário, o cenário para ele está longe disso. Falta empolgação, falta adesão.

Cartada de mestre 

Ninguém fala abertamente sobre a situação real no PSDB. Mas, dos quatro pré-candidatos, quem parece estar levando a melhor na disputa pela indicação do partido ao Palácio do Planalto é o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Com fama de bom moço, o gaúcho, que já foi prefeito de Pelotas, admitiu pela primeira vez publicamente que era gay. Segundo as lideranças tucanas de Brasília e da Bahia, Leite detém hoje a preferência ou simpatia de quase 80% dos filiados com direito a voto.

Furou a bolha

O sentimento é que a entrevista, concedida por ele na última semana ao apresentador Pedro Bial, conseguiu furar a bolha dos extremos e o colocou como um nome viável para a terceira via. O jovem poderia servir como antagonista do atual presidente Jair Bolsonaro, que tem fama de homofóbico e turrão, ou ainda do ex-presidente Lula, chamuscado pelos escândalos de corrupção.

Experimento da Globo

Há quem diga, inclusive, que Eduardo Leite seria um experimento da Rede Globo, que fechou a semana da Diversidade com o anúncio bombástico sobre a vida pessoal do governador. Tucanos ouvidos pela coluna Vixe chamam a atenção ainda para a fama de bom gestor que Eduardo Leite tem. “A entrevista foi um convite para as pessoas, minimamente, passarem a conhecer um pouco sobre o trabalho do governador e verem como ele é preparado”, como disse um tucano de bico afiado na Bahia.

Na Bahia 

O que se comenta nos bastidores da política é que tucanato baiano estaria fechado com o nome de Eduardo Leite que, na visão da maioria deles, pode crescer no gosto do eleitorado. A aposta, inclusive, é que o PSDB, tendo um candidato competitivo à presidência da República, possa se gabaritar para brigar pela vice de ACM Neto, indicando para o posto o prefeito de Mata de São João, João Gualberto.

Trabalho interno

O deputado federal Adolfo Viana, presidente estadual da sigla, estaria trabalhando internamente para isso. O único entrave seria o ex-prefeito de Salvador e atual secretário de João Dória, Antonio Imbassahy, que tenta a todo custo defender o nome do governador paulista. A conferir.

 

Eleição em dois turnos?

Apoiadores do ministro da Cidadania, João Roma, do Republicanos, dizem que uma eventual candidatura dele ao governo do Estado pode ser imprescindível para levar a disputa ao governo da Bahia para o segundo turno. Além de tirar votos do seu ex-aliado ACM Neto, do Democratas, Roma pode fazer a eleição, até então polarizada, ser decidida em dois turnos. 

Raissa x Roma

Inclusive, por falar em ACM Neto e João Roma, o democrata teria admitido a pessoas próximas nos últimos dias que uma eventual candidatura do seu ex-aliado não atrapalha seus planos para a próxima eleição. O entendimento na cúpula do DEM é que uma candidatura da médica Raissa Soares provocaria muito mais estragos do que o ex-aliado. A titular da saúde de Porto Seguro poderia dar mais liga com o discurso bolsonarista, sobretudo, no tratamento precoce contra a Covid-19 e no tom radical usado no enfrentamento da pandemia.

 

De olho na Assembleia

Uma dobradinha que começa a exibir seus movimentos em Camaçari é a do presidente estadual do Democratas, Paulo Azi, candidato à reeleição na Câmara Federal, e o seu companheiro de legenda Helder Almeida, que é ex-prefeito de Camaçari e atua como braço direito do prefeito Antonio Elinaldo. Helder articula fortemente para voltar ao legislativo estadual.

 

Evento teste opõe Bruno e Rui

Não há consenso na decisão do prefeito Bruno Reis (DEM) de fazer eventos-teste para a retomada do setor em Salvador. Na governadoria ontem o que se falava era que a decisão não contava com a simpatia nem o apoio do governador Rui Costa (PT), que disse acreditar que esse não era “o momento de fazer evento-teste”. “Se nós acabamos de pedir que não fizessem eventos juninos, como é que agora nós vamos juntar 500 pessoas em um evento-teste? Não acho adequada, a mensagem não é boa neste momento”, afirmou Rui no seu Papo Correria.

Retorno progressivo

Para o governador, é preciso priorizar o retorno progressivo das atividades essenciais e deixar as demais para depois. Ele cita a educação como “essencial à vida humana” e argumenta que os eventos podem aguardar um pouco mais, “até que haja redução significativa do número de casos da Covid-19”.

Toque de Recolher

Outro assunto comentado nos bastidores do governo era que, se há Toque de Recolher estabelecido pelo Estado, se há o aumento no número de mortes e agora a ameaça com a chegada da variante Delta, por que essa pressa em realizar este evento, mesmo que num cenário controlado? A pergunta geral era se Bruno vai peitar Rui e manter as festas ou vai reavaliar o momento de realizar os eventos. “Teve prefeito detido no interior, no São João, por fazer evento sem aglomeração. Resta saber agora como serão esses nas ilhas e em Salvador. O governador vai agir da mesma forma aqui ou vai ceder? Bruno vai repensar e adiar as datas? A quem interessa fazer esses testes de forma tão açodada?” questionavam ontem assessores do governador, ao destacar que tem “muita coisa aí para ser respondida”.

 

No colo de Rui

O anúncio de que assumiu o cargo de coordenador de Projetos da Secretaria de Turismo da Bahia colocou o ex-presidente do PTC no estado, Rivailton Pinto, no colo do governo Rui Costa (PT). O detalhe, que não passa despercebido, é que o ex-dirigente partidário sempre foi um crítico voraz dos governos do PT e sempre esteve alinhado com a oposição na Bahia, desde os tempos áureos de Geddel Vieira Lima na política ou mais recentemente, ligado ao DEM de ACM Neto. 

Na cota do Podemos

Em suas redes sociais, Rivailton disse que a costura para o desembarque no governo petista foi feita pelo Podemos e que ele estará dando total apoio agora a Bacelar, que preside o partido no estado e é irmão do secretário de Turismo, Mauricio Bacelar. “Estarei assumindo a coordenação de Projetos da Secretaria de Turismo a partir de segunda através do Podemos, onde estarei dando total apoio a Bacelar na revitalização do turismo do nosso estado após a pandemia”, escreveu. Rivailton já tinha perdido o comando do PTC para Odilon Muniz, assessor do deputado estadual Júnior Muniz.

 

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