Rui prefeito de Salvador e a guerra das mulheres em Camaçari

Rui, prefeito de Salvador

Mesmo faltando muito tempo para a eleição municipal de 2024, estrategistas do governador Rui Costa e do PT alimentam o desejo de que ele conclua o mandato de governador da Bahia em 2022 e volte suas energias para disputar a prefeitura da capital baiana dois anos depois. Apesar de ter uma eleição para o governo e para o Planalto no próximo ano, a estratégia estaria viva em alguns petistas e começando a ganhar a simpatia do próprio Rui, que é natural do bairro da Liberdade e nutre um amor incondicional pela cidade.

Combinação de fatores

Óbvio que falta muito tempo para a eleição municipal e essa estratégia, por si só, depende da combinação de vários elementos externos à vontade dos aliados do governador. Caso o ex-prefeito ACM Neto vença o governo do estado no próximo ano, aumentariam a chances dos caciques do PT de assumir o comando do Palácio Thomé de Souza. O partido, que governa a Bahia há 15 anos, nunca teve a proeza de comandar os destinos da capital baiana.

Bruno e sua gestão bem avaliada

Primeiro, que se Rui disputar realmente a prefeitura, ele terá que enfrentar o atual prefeito Bruno Reis, que sucede o aliado do DEM numa gestão bem avaliada. O que muitos usam como trunfo são os dados de pesquisas que mostram que a população de Salvador aprova o comando de partidos diferentes no governo do estado e na prefeitura. E mais, depende também do êxito da gestão do atual inquilino do Thomé de Souza, que se dedica diuturnamente a fazer uma administração exemplar na capital baiana. Mas, como a política é a arte de fazer conjecturas, só Deus e o tempo dirão se esse desejo de alguns petistas pode ganhar eco e se viabilizar na prática. A conferir.

A guerra das mulheres 

Corre nos bastidores da política de Camaçari que a mulher do ex-prefeito Luiz Caetano, Ivoneide Caetano, vai sair candidata a deputada federal pelo PT, no lugar do marido, que acabou de assumir a pasta Relações Institucionais do governo Rui Costa. Já a mulher do prefeito Antônio Elinaldo, Ivana Paulas, é dada como certa para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia pelo DEM. A dúvida agora é saber quem vai atrair mais apoiadores e votos na próxima eleição.

Fogo amigo

O governador Rui Costa resolveu acender o sinal de alerta contra alguns aliados, que possuem bom trânsito na Governadoria. Eles estão sendo apontados como verdadeiros criadores de caso, por plantar notícias inverídicas em sites e jornais locais. O governador e seu staff já teriam identificado alguns dos responsáveis pela propagação do famoso “fogo amigo” contra aliados. Tem gente por lá de olhos abertos e orelhas bem em pé.

Primeira baixa? 

O secretário de Inovação e Tecnologia de Salvador, Samuel Araújo (PL), pode estar com os dias contatos na gestão do prefeito Bruno Reis. Ex-presidente da Prodeb, o filho do dirigente estadual do PL, José Carlos Araújo, estaria desagradando pessoas próximas ao prefeito, funcionários da sua secretaria e até mesmo interlocutores do seu partido. Um funcionário do alto escalão da capital chegou a afirmar na segunda-feira que um indício do estremecimento de Samuel foi a ausência dele na última reunião realizada pelo prefeito com todo o secretariado. O sumiço do jovem foi notado e comentado nos bastidores.

Incomunicáveis

Tem prefeito na Região Metropolitana de Salvador que criou um verdadeiro batalhão no próprio entorno para torná-lo inacessível a aliados e à imprensa. Alguns dos gestores chegam a fazer o papelão de atender os números conhecidos e fazer de conta que não estão ouvindo, por problemas nas operadores. Alô? Alô!? Que papelão, senhores prefeitos.

Malas de Geddel 

A Coluna Vixe recebeu de um amigo a cópia de um comprovante de entrega de delivery em que o cliente, morador do bairro da Graça, dá como ponto de referência a informação de que o local fica “na ladeira, em frente ao prédio das malas de Geddel”, ou seja, no edifício que abrigava o bunker do ex-ministro, onde a Polícia Federal apreendeu R$51 milhões em espécie, armazenados em malas de viagem e caixas de papelão. Só se vê na Bahia. 

No vermelho

O prefeito Bruno Reis (DEM) acendeu o sinal de alerta ao anunciar essa semana que, a partir do dia 30 de junho, a prefeitura de Salvador não terá mais dinheiro para continuar custeando as estruturas construídas para o combate ao coronavírus. O apelo por mais recursos foi feito na segunda-feira, em coletiva de imprensa virtual.

Compromissos

“Conseguiremos manter até 30 de junho, depois não temos mais recursos. A receita da prefeitura, com toda a sua reserva, não dá pra honrar seus compromissos do ano de 2021”, disse Bruno, ao afirmar que nos cinco meses deste ano, a capital baiana recebeu apenas R$ 15 milhões do governo federal, sendo que só os custos com a saúde giraram próximo aos R$ 34 milhões.

Nadar, nadar e nada…

Pelo visto, o secretário interino da Casa Civil, Carlos Melo, vai nadar, nadar e morrer na praia mais uma vez. Apontado como um quadro técnico e qualificado, há quem diga que ele não goze da simpatia da classe política e nem de servidores do governo, por ter fama de pedante. Melo estava prestes a assumir oficialmente o posto, mas o governador Rui Costa teria sinalizado a pessoas próximas que deve escolher outro nome nos próximos dias.

Vices no poder 

Matéria publicada no jornal O Globo, no início da semana, afirma que, assim como o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, o da Bahia, Rui Costa, gostaria de disputar as eleições para o Senado. Mas nem um nem outro irá para a briga para evitar que os vices – no caso da Bahia, João Leão – assumam o poder e passem uma rasteira no candidato preferido pelo partido do governador. Aqui, o medo é que Leão apoie a candidatura de Otto Alencar, do PSD. Lá em Sergipe, Belivaldo, que é do PSD, teme que sua vice, Eliane Aquino, do PT, seja ela própria candidata.

‘Fantasmas’ na área?

O pastor Reinaldo Barreto, que prega em Santo Antônio de Jesus e auxilia na recuperação de viciados em drogas, se apresentou como voluntário para “exorcizar e ungir” a Câmara de Vereadores da cidade e afastar “fantasmas” da folha de pessoal, que têm salários de até R$ 5 mil. A denúncia foi feita pelo vereador Gilvandro Couto, o popular Dr. Gil (PSDB). Mas como o denunciante “não é pastor nem padre”, Reinaldo se apresentou para o serviço.