Variante Delta segue estável e monitorada em Salvador

Com a proximidade do Verão e com o avanço da vacinação contra Covid-19, Salvador já começa a planejar festas e eventos que agitam a cidade nesse período. Se por um lado há a esperança para o setor de entretenimento e retomada da vida “normal”, do outro há o receio de um aumento no número de morte causado principalmente pelas novas variantes.

A Delta, uma das mais contagiosas mutações até o momento, causa receio. Em Salvador, município do estado que concentra o maior número de casos já identificados, são 21 pessoas contaminadas com a nova cepa, o que representa 29,2% dos casos totais da doença.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), a Bahia tem ao todo 135 casos da variante delta confirmados e dois óbitos. Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Salvador (CIEVS), a cepa já foi detectada em aproximadamente 141 países do mundo. 

A SMS explica que a variante é monitorada em Salvador através da análise dos dados nos sistemas oficiais de notificação da Covid-19, como o do Ministério da Saúde, assim como investigação de casos suspeitos da doença.

Delta na Bahia

Um exemplo de acordo com o órgão, é o monitoramento dos viajantes e dos seus respectivos contatos, direcionando a coleta de amostras e sequenciamento genético para os laboratórios municipal e estadual.

Essa foi a ação que descobriu o primeiro caso da variante Delta na cidade, em 26 de agosto desse ano, com ajuda do Lacen-BA, através de sequenciamento genético realizado pelo laboratório.

Trratava-se de um tripulante de 43 anos, natural do Rio de Janeiro, proveniente da investigação de um surto da Covid-19 realizada pelo CIEVS em uma embarcação, oriunda de Angra dos Reis-RJ. O caso evoluiu para óbito.

Vale ressaltar, que essa não foi a realidade dos soteropolitanos infectados pela variante. Dos 21 casos, a SMS informa que dois precisaram de hospitalização e nenhum evoluiu para óbito.

Dados da SMS apontam que a infecção  desse público foi comunitária. Ja que mais da metade dos casos (10) relatou não ter se deslocado de Salvador nos 15 dias anteriores ao início da infecção.

Dentre as causas da transmissão, o órgão destaca a diminuição por parte desse público nas medidas preventivas,  como o uso de máscaras, a lavagem adequada das mãos, o distanciamento social.

“Os casos da variante Delta de residentes de Salvador foram notificados ao CIEVS Salvador, sendo investigados em menos de 24 horas. Como resultado das investigações, observou-se que os casos ocorreram com maior frequência nos indivíduos adultos-jovens da faixa etária de 20-39 anos, seguida de 40-59 anos e predominantemente em indivíduos do sexo masculino”, informa trecho da nota técnica enviada pela SMS.

Proteção vacinal

Ainda conforme informações do órgão, dos casos confirmados, 18 deles já foram vacinados contra Covid-19, sendo 7 casos com a primeira dose da vacina e 11 com esquema vacinal completo. Sendo 5 (5/7; 71%) com a vacina Pfizer e 2 (2/7; 29%) com a Coronavac.

Dos 11 casos com esquema vacinal completo, 5 foram vacinados com duas doses das vacinas Astrazeneca (5/11; 45,5%) e 5 da Coronavac (5/11; 45,5%). Um caso (1/11; 9,1%) estava com o esquema completo com dose única da vacina Janssen

“A vacinação é fundamental para a redução da disseminação viral e o controle da pandemia da COVID-19”, alerta a SMS.

As amostras referentes aos casos confirmados da variante na cidade, foram analisadas pelo LACEN-BA, Instituto de Ciências da Saúde/UFBA e FIOCRUZ/Rio de Janeiro.