Vacinação contra HPV para mulheres imunossuprimidas até 45 anos

Adoção da estratégia poderá impactar na incidência do câncer de colo de útero, segunda neoplasia maligna mais comum na população feminina mundial 


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Glaucia Farias 13/03/2021 10:00 Saúde

A ampliação da imunização contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) na rede pública para mulheres imunossuprimidas até 45 anos pode mudar o cenário de infectados pelo vírus no Brasil e, consequentemente, reduzir a incidência do câncer de colo de útero, segunda neoplasia maligna mais comum na população feminina mundial, atrás dos tumores de mama. A imunossupressão é reconhecida como um dos principais fatores de risco para infecção crônica pelo HPV. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina quadrivalente para mulheres com deficiência imune é disponibilizada até os 26 anos.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são cerca de 16 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano, com uma média de 5 mil mortes. É a quarta neoplasia maligna mais comum entre as brasileiras, sendo superada apenas pelo câncer de pele não melanoma e pelos tumores de mama e colorretal, e a quarta causa de morte por câncer em pacientes do sexo feminino no país.

A possibilidade de mudança no Programa Nacional de Imunizações, anunciada este mês de março e recebida com grande expectativa na comunidade científica, está embasada por números da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados revelam que no mundo mais de 630 milhões de homens e mulheres (1:10 pessoas) estão infectados pelo HPV. No Brasil, estima-se entre 9 e 10 milhões, com 700 mil novos casos por ano.

“A ampliação é muito significativa, pois vai abranger essa importante parcela da população de mulheres imunossuprimidas, que são as mais vulneráveis ao câncer de colo de útero”, comemora a ginecologista da Rede AMO, Renata Britto, que também professora associada de Ginecologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba). São consideradas imunossuprimidas pessoas infectadas pelo vírus HIV, transplantadas de órgãos sólidos e medula óssea e em tratamento para câncer (radio e/ou quimioterapia).

A especialista destaca a importância da vacina quadrivalente contra o HPV, que está disponível pelo SUS desde 2014 e contempla meninas de 9 a 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. “É fundamental que a vacina proteja jovens antes da exposição ao vírus, que se dá com a iniciação sexual, para que tenham menos chances de desenvolver o câncer de colo de útero”, diz Renata Britto, mestre e doutora em Medicina.

A vacina contra o HPV é administrada em duas ou três doses, com intervalos variável (0,2 e 6 meses ou 0,6 meses). Na rede particular, a vacina pode ser aplicada em homens com até 26 anos.

Papanicolau x periodicidade

Além da eficácia da vacina na proteção contra o câncer de colo de útero, a médica alerta para a importância do autocuidado feminino, o que impacta diretamente na manutenção da defesa do organismo. Essa atenção inclui adoção de alimentação saudável, combate ao fumo e ao excesso de bebidas alcoólicas, além de revisões médicas periódicas. “Com a imunidade alta, a mulher tem muito mais chances de se recuperar ou evitar formas crônicas de uma série de doenças”, reforça a ginecologista Renata Britto, defendendo a atenção à saúde integral da mulher.

Sobre o rastreio, a médica diz que “é consenso na comunidade científica que o primeiro Papanicolau, chamado de preventivo, deve ser feito a partir dos 25 anos para mulheres com vida sexual iniciada”. O exame colhe células do colo do útero para análise em laboratório (citopatologia) para detectar alterações que indiquem a presença do HPV, cuja infecção é responsável por praticamente todos os casos de câncer de colo de útero. Segundo a OMS, provavelmente, a maioria das mulheres no mundo será infectada por pelo menos um dos diversos tipos de HPV ao longo da vida sexual.

Um outro esclarecimento feito pela especialista é quanto à periodicidade do exame. “Se a mulher teve um resultado normal e é saudável e assintomática, o rastreio para o câncer de colo de útero através do preventivo deve ser feito a cada três anos até os 64 anos, desde que os resultados se mantenham normais até lá”, diz a médica, alertando, no entanto, que “a consulta com o ginecologista deve ser feita anualmente”, pois há doenças silenciosas que têm maiores chances de cura se diagnosticadas precocemente.

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