“Vacina é para brasileiros, não é para paulistas”, diz diretor do Instituto Butantan

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, vai apresentar, nesta quarta-feira (26), ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o projeto da Coronavac, vacina chinesa contra a Covid-19 desenvolvida por um laboratório do país asiático em parceria com a instituição, em São Paulo. 

“O Butantan fornece todas as vacinas que produz ao Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunização, e esse é o projeto. Vamos oferecer essa vacina, esses 45 milhões de doses ao Ministério da Saúde. Isso será, inclusive, objeto de uma audiência que teremos amanhã (quarta, 26), com o ministro da Saúde para fazer essa oferta de forma oficial e aí cabe ao Programa Nacional de Imunização definir como a vacina será utilizada. Obviamente que essa vacina é para os brasileiros, não é para os paulistas”, disse Dimas Covas.

O governador João Doria (PSDB) pediu, na última segunda-feira (24), R$ 1,9 bilhão ao Ministério da Saúde para auxiliar na produção da vacina chinesa. A previsão é que o Instituto Butantan receba do laboratório chinês 45 milhões de doses da vacina até o fim de 2020. Ao todo, 60 milhões de doses devem ser enviadas até o primeiro trimestre de 2021. Além disso, o instituto espera produzir 120 milhões de doses em sua fábrica, que deverá ficar pronta em um período de dez a 15 meses.

Os testes com a vacina chinesa contra a Covid-19 começaram em 21 de julho, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ao todo, 9 mil profissionais da saúde devem participar da terceira fase de testes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília.