Trotes para serviços de emergência crescem na pandemia; coordenador do Samu  alerta para riscos

Parece piada, mas é uma realidade que afeta os profissionais de saúde diariamente. No contexto em que Salvador registra 4.179 mortes por Covid-19, desde o início da pandemia, o atendimento do Serviço Móvel de Urgência (Samu) ainda precisa lidar com chamadas fraudulentas, reclama o coordenador do grupo, Ivan Paiva.

Alguns já conhecidos, outros capazes de mobilizar toda equipe do serviço, os trotes ao Samu têm uma consequência em comum: todos, de alguma forma, atrasam o atendimento a pacientes, seja com suspeita do coronavírus, ou não.

“Não chega a faltar o atendimento para as pessoas, mas com certeza a consequência maior dos trotes é ocupar a linha telefônica, dificultando a abertura de chamadas de urgência”, avalia Ivan.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), nos últimos quatro meses, o Samu teve de lidar com mais de 10 mil trotes telefônicos.

A partir desses dados, é possível concluir que, em um dia, há uma média de 83 contatos de trote ao Samu.

Em uma chamada, até seis funcionários são envolvidos. E, em caso de extrema urgência, a equipe médica é acionada antes mesmo de finalizar a triagem.

Para dispensar ligações indevidas, o Samu está trabalhando com ferramentas que possam identificar os trotes e desprezar chamados irregulares, otimizando o atendimento para o que é necessário.