“Temos na Bahia 3,5 milhões de pessoas com o esquema vacinal incompleto”, diz Adélia Pinheiro

A nova secretária de Saúde da Bahia, Adélia Pinheiro, diz ter a dimensão exata do desafio que tem pela frente. Ao todo, no estado, são 3,5 milhões de pessoas com o esquema vacinal incompleto.

Em entrevista ao colunista do Grupo A Tarde e editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, a titular da pasta ainda ressaltou os esforços do Governo do Estado para a aquisição de vacinas, quando o Governo Federal impunha dificuldades.

“Fomos sim exemplo para o Brasil enquanto estado, mas também na articulação entre os estados. Quer dizer, na articulação do Governo Estadual, liderando um permanente diálogo com todos os prefeitos desses 417 municípios. Então nesse aspecto da governança e do respeito à estrutura e aos princípios do Sistema Único de Saúde também demos exemplo ao Brasil, demos exemplo com uma estratégia comunicacional inequívoca”, afirmou.

“[Além disso] É importante contarmos com o apoio de toda a imprensa para massificar essa importância da vacinação e de diminuirmos, porque ainda temos na Bahia em torno de 3,5 milhões de pessoas com o esquema vacinal incompleto, que não buscaram a primeira, segunda ou dose de reforço (…) A gente falar disso toda hora, todo tempo, chamando as pessoas, é parte do nosso exercício de cidadania”, completou Adélia.

Impasse

Outro assunto abordado na entrevista foi o impasse entre Estado e a Prefeitura de Salvador com relação às policlínicas construídas pelo Governo na capital baiana e que devem ser administradas pela gestão municipal.

De acordo com Adélia Pinheiro, a questão foi superada e as unidades de saúde em Salvador, que estão prontas, mais há 10 meses fechadas, serão abertas. 

“Quando as policlínicas de Salvador foram planejadas, elas foram planejadas para a gestão municipal integral e financiamento também integral pelo município. Entretanto, o município propôs um financiamento bipartite, entrando o município com 60% e o estado com 40%. Entretanto, somente os municípios de Salvador seriam atendidos nessas duas policlínicas”, contou.

Contudo, a secretária de Saúde pontuou que isso fugiria do modelo das demais 21 policlínicas espalhadas pelo estado, cujo modelo de funcionamento é através de consórcios interfederativos de saúde.

Nesse formato, o prefeito é o presidente do consórcio, com o financiamento sendo 60% rateado entre todos os municípios que compõem o consórcio e 40% pelo estado, cabendo a cada um deles as cotas de exames e consultas especializadas conforme o quantitativo de população e de acordo com o rateio do financiamento.

“A expectativa é que essas policlínicas também fizessem parte do consórcio interfederativo na região metropolitana, o que não aconteceu, não houve adesão do município de Salvador, e também não havendo a possibilidade de outros municípios utilizarem aquela ferramenta, então não há por que o estado fazer o financiamento em 40%, pontuou. 

“De qualquer sorte, considerando que não foi possível avançar nessa estruturação, nós colocaremos duas em funcionamento no mês de maio atendendo a população e fazendo todo o apoio ao atendimento e ao mutirão de cirurgias eletivas de baianos e baianas”, acrescentou Adélia Pinheiro.