Suspensão de cirurgias por escassez de medicamentos prejudicará 200 pacientes do Aristides Maltez

A suspensão de cirurgias eletivas entre os dias 29 e 3 de abril no Hospital Aristides Maltez (HAM), por falta de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares, prejudicará cerca de 200 pacientes em tratamento contra o câncer.

Segundo o superintendente da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC), mantenedora do HAM, o médico Humberto Luciano, a unidade hospitalar deixa de realizar entre “40 a 45 cirurgias por dia”.

“O motivo da suspensão é a dificuldade de comprar anestésicos e relaxantes, pois com aumento no número de internações graves de pacientes com Covid-19, os fornecedores já não têm mais para vender”, afirmou Humberto.

Segundo projeções do médico, já era previsível a falta dessas substâncias no mês de março. “Três das 12 medicações diferentes possam servir para fazer cirurgias, nós não temos mais aqui. Há também outras [medicações] que só duram para 10 e 15 dias”, relata.   

Ele ainda complementa que não há certezas de que não haverá novas interrupções no calendário de cirurgias do HAM ao longo do ano, mesmo com a suspensão programada para este mês.

“Pode ser que haja novas paralisações. A verdade é que infelizmente, estamos chegando ao fundo do poço”, lamenta, ao comentar sobre novas perspectivas para o atendimento médico diante da pandemia do novo coronavírus. 

Suspensão de novos pacientes

Assim como na programação de cirurgias eletivas, o Aristides Maltez suspendeu a matrícula de novos pacientes entre os dias 29 deste mês e primeiro de abril.

Já os procedimentos de quimioterapia, radioterapia e os serviços ambulatoriais seguem funcionando normalmente e sem interrupções no Hospital Aristides Maltez.