Rússia suspende envio de 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik V ao Brasil

O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) suspendeu o envio do lote de 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik V, contra a Covid-19, previsto para desembarcar no Brasil, nesta quarta-feira (28).

Diante do cancelamento, uma reunião entre governadores da região nordeste e o Ministério da Saúde russo foi marcada também nesta quarta-feira para tentar resolver o impasse.

O cancelamento do envio do lote que inauguraria o uso da vacina no Brasil se deu após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer publicamente que o Brasil “não tinha necessidade” dos imunizantes Sputnik V e Covaxin.

Os imunizantes desembarcariam no país sob o mecanismo chamado de importação excepcional e temporária, que permitiria a aplicação da vacina em 1% da população dos estados solicitantes, com uma série de restrições em relação ao quadro geral de saúde e faixa etária dos vacinados.

Na semana passada, os russos haviam pedido um prazo de 48 horas para reavaliar como ficaria o envio de doses diante da fala do ministro da Saúde. Na ocasião, o governador do Piauí, e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT) chegou a referir-se aos esforços para comprar a vacina como uma “corrida de obstáculos”.

A vacina Sputnik V é aplicada em duas doses. De acordo com seus desenvolvedores, o imunizante apresentou eficácia de 91,6% nas fases 3 de testes.

Seu uso ainda não ocorreu no Brasil, nem mesmo em estudos clínicos. Outros países, como a Argentina e a própria Rússia, aprovaram o imunizante e o utilizam em larga escala na população. Globalmente, 69 agências reguladoras já deram sinal positivo à vacina.