Quase 40% das crianças estão sem vacina contra Covid, seis meses após autorização da Anvisa
Só neste ano morreram 395 meninos e meninas, entre 0 e 11 anos de idade, por causa da doença
Seis meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar a imunização contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, quase 40% delas não tomaram nenhuma dose da vacina, segundo dados do Ministério da Saúde. Ou seja, cerca de 7,5 milhões de meninos e meninas dessa faixa etária estão completamente desprotegidos.
Olhar para o índice dos que completaram a cobertura vacinal também dá a medida do fracasso: apenas 38% dessas crianças estão com as duas doses de proteção contra a Covid. Entre as crianças indígenas, a taxa é ainda pior: apenas 24%, segundo a Secretaria de Saúde Indígena.
Os baixos índices de vacinação infantil contra a Covid lançam dúvidas também sobre o desempenho da próxima etapa da campanha, que deve mirar na faixa etária mais nova, entre 6 meses e 4 anos.
Só neste ano morreram 395 crianças de 0 a 11 anos por causa da doença, segundo o Ministério da Saúde. A proporção de mortes é semelhante a dos anos anteriores, quando o imunizante ainda não estava disponível. Em todo ano passado, foram 772 óbitos e, em 2020, 738 vítimas.
“Nós não podemos achar normal perder 50 vidas, cem vidas, para uma doença para a qual já existe vacina”, adverte Maria Claudia Matos, pediatra infectologista do Hospital Universitário da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Vários motivos explicam o fracasso da campanha de vacinação infantil – a maioria ligada às falhas das campanhas oficiais de comunicação do governo e aos posicionamentos antivacina do Ministério da Saúde e do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Houve uma campanha contra [a vacina], com presidente que não vacina sua filha, e ministro que tenta passar lei que obrigue a prescrição médica para vacinar”, diz Renato Kfouri, pediatra infectologista e presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“Os pais sempre protegem seus filhos e ficam em segundo plano, mas, pela primeira vez na história das vacinas, os pais vacinados não quiseram proteger seus filhos”, completa.
O Ministério da Saúde negou atrasos e problemas na vacinação infantil e disse que já distribuiu mais de 27 milhões de doses para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos
Liberação da Anvisa
A vacinação das crianças foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro de 2021, após aprovação do imunizante pediátrico da Pfizer. Contudo, o Ministério da Saúde demorou quase um mês para incluir o grupo no plano de vacinação contra a Covid – um atraso que ajudou a gerar insegurança quanto à imunização para essa faixa etária.
Para especialistas, a hesitação do Governo Federal em iniciar rapidamente a vacinação, assim como declarações oficiais de autoridades contra os imunizantes, minou a confiança dos pais logo no início da campanha.
As principais críticas vieram de Bolsonaro, que mais de uma vez colocou em dúvida a segurança dos imunizantes e criticou a exigência da vacinação. Em dezembro, o presidente ameaçou expor os funcionários da Anvisa responsáveis por aprovar a vacina e, dias depois, afirmou que a própria filha, de 11 anos, não seria vacinada.
Além disso, o Ministério da Saúde realizou uma consulta pública antes da campanha, o que atrasou o início da vacinação. Para piorar, a pasta divulgou que a imunização não seria obrigatória – embora o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) defina que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.
“Isso tudo só aumentou a desconfiança da população na vacina”, diz Kfouri. Após a aprovação do imunizante da Pfizer, a Anvisa autorizou o uso emergencial da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan, para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Mesmo assim, a vacinação não decolou.
* Com informações do Portal UOL
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