Psicólogo atribui o crescimento de doenças mentais a uma nova pandemia

Igor Gomes falou que ansiedade foi um dos problemas que mais se agravou na população


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redacao 07/09/2022 11:25 Saúde

Tristeza, depressão, nervosismo, ansiedade e insônia. Esses são apenas alguns dos problemas psicológicos que mais têm atingido a sociedade brasileira, desde a mudança brusca de rotina que a pandemia da Covid-19 causou na vida e no trabalho das pessoas.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, vivem com um transtorno mental.

O psicólogo Igor Gomes, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, nesta quarta-feira (7), avaliou sobre o crescimento de doenças mentais durante a pandemia, a exemplo da ansiedade.

“Os problemas de saúde mental se agravaram e um dos maiores que nós temos é ansiedade. Durante muito tempo se fala sobre ansiedade e algumas pessoas ainda não sabem como lidar. O agravamento se deu pela pandemia, porque nós vivemos muitos momentos nos quais não sabíamos o que iria acontecer, e a ansiedade é justamente uma preocupação excessiva sobre o futuro e sobre algo que não tem resposta, o que causa o adoecimento mental. Podemos sim dizer, que nós vivemos uma segunda pandemia com a elevação do adoecimento mental.”

Apoio

O psicológo destacou como a rede de apoio é de extrema importância nos casos de doenças mentais.

“Precisamos estarmos próximos dessas pessoas e observarmos mais. Nós não temos dado atenção as pessoas, estamos no automatismo [viver no automático], não prestamos atenção a quem está do nosso lado. Um simples olhar, ouvir e abraçar faz com que essas pessoas adoecidas se sintam cuidadas. Muitas delas nem percebem porque vivem aquele momento como se estivessem tudo tranquilo ou algo natural”, relata o psicólogo ao apontar alguns sinais de depressão.

“As pessoas depressivas não conseguem sair de casa, vivem indispostas, querendo dormir muito e evitam o contato social. Nesse momento, essas pessoas precisam de uma ajuda nossa [psicólogos], e desse auxílio requer a questão do autocuidado, o que envolve atividades físicas, leitura ou um simples passeio com o pet. Porém, em muitas situações as pessoas não conseguem resolver o adoecimento mental sozinho.”, afirmou.

Apontado por uma parcela da sociedade de que o adoecimento mental está relacionado a falta de fé ou em Deus, o psicólogo diz que independente de religião, o paciente deve procurar algo que traz conforto e que contribua positivamente para sua evolução.

“Acredito que quando falamos de fé, nós podemos falar de espiritualidade. Independente da religião, a espiritualidade é quando buscamos algo que nos traz conforto, exemplo da meditação e oração, isso vai contribuir para que possamos ficar mais aliviados. Tudo que traz conforto para o paciente é válido, e a espiritualidade é importante. Ter um momento pra si mesmo faz parte de um processo de autoconhecimento. Obviamente tem pessoas que precisam de um cuidado a mais.”

O especialista alerta sobre o uso da automedicação e destaca que as pessoas devem procurar ajuda de um profissional. “É importante lembrar que tem pessoas que precisam de medicações e devem ter um acompanhamento de um psiquiatra, de um profissional que possa receitar o que é melhor para o paciente. Vivemos um momento preocupante na sociedade, que é a automedicação, na qual as pessoas buscam meios para se sentirem melhor, aliviadas, e, como isso, escondem um sentimento de desconforto do adoecimento. Essa atitude muitas vezes acaba trazendo outros transtornos.”

Igor Gomes ainda falou sobre o preconceito enraizado na sociedade quando se fala da procura de psicólogos e psiquiatras para tratar das doenças mentais. “É preciso conciliar os dois tratamentos [psicólogos e psiquiatra], um complementa o outro. É importante que o paciente perceba que ele precisa de uma ajuda, de uma medicação que vai trazer para si mais qualidade de vida. Existem tabus sobre a procura de ajuda do profissional. É de extrema importância essa procura e que nós sejamos também a rede de apoio”, frisou.

Setembro Amarelo

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza em território nacional, o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo.

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

O psicológo Igor Gomes disse que a maioria do público acometido pelo suícidio é formado por jovens. Para ele, a falta de contato com os familiares e apoio são gatilhos negativos para cometer o ato.

“Não existe uma idade, todas as pessoas estão propensas a terem um adoecimento mental. Os públicos são, na maioria, formados por jovens, por isso, reforço a imprtância da rede de apoio vinda dos familiares, das escolas e o cuidado com uso excessivo da internet. Precisamos observar mais os seus filhos, dar mais atenção, tentar mais contato [aproximação], substituir o celular por uma conversa, se disponibilizar em ajudar, temos que mostrar através de comportamento que estamos ali para ajudá-los. Temos muitas crianças e adolescentes adoecidas por conta dessa falta de apoio e contato direto com seus pais. As redes sociais e o uso do celular  fizeram com que perdêssemos esse contato próximo”, completou.

 

Confira a entrevista na íntegra:

 

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