Oncologista alerta para importância do diagnóstico precoce do câncer nas crianças

Nesta segunda (15), Dia Internacional do Câncer Infantil, Ana Marinho afirma que esta tem sido a primeira causa de morte na faixa etária entre 1 a 19 anos 


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redacao 15/02/2021 17:43 Saúde

Neste dia 15 de fevereiro, o Dia Internacional do Câncer Infantil chega à 20ª edição com o objetivo de educar as pessoas sobre a doença no público infantojuvenil, além de expressar apoio às crianças e adolescentes que passam por isso, assim como aos seus familiares.  

Com exceção de doenças hereditárias como o retinoblastoma não há como saber o que leva uma criança a ter câncer. Por este motivo, é importante fazer o diagnóstico precoce, alerta a coordenadora da Oncopediatria do Hospital Aristides Maltez, Ana Marinho.

De acordo com ela, o câncer infantil tem sido a primeira causa de mortes por doença na faixa etária entre 1 e 19 anos, e como não há como prevenir, a melhor forma de garantir a saúde das crianças é fazer o diagnóstico cedo.  

“O teste do olhinho é um exame super importante para pegar o tumor ocular [retinoblastoma] bem no início. Se tem caso na família, isso chama atenção e é bom repetir o exame em três meses. Se identificar no início, não só consegue curar, como manter a visão da criança. É importante que as famílias tenham sempre em mente que câncer nessa faixa etária existe, que não é para ter medo. É importante também prestar atenção nos sinais e sintomas”, afirma a médica, acrescentando que a faixa etária mais afetada com a doença é de 5 a 9 anos. 

De acordo com ela, os sintomas mais comuns podem ser muito parecidos com os de outras doenças. Por isso,  os pais precisam estar atentos e, caso identifiquem algo errado, é necessário procurar um médico.

“Criança é sinônimo de brincadeira, de energia, e toda vez que a gente tem uma criança que está mais quieta ou toda vez que os pais notarem um comportamento diferente, já tem que procurar um pediatra pensando que tem uma coisa errada. [Em] se tratando de câncer infantil, acontece que os sinais e sintomas podem ser muito parecidos com [os de] outras doenças, como falta de apetite, perda de peso, até uma gripe que demora muito mais que uma gripe comum. Não precisa ficar com medo, na grande maioria das vezes não é, mas sendo, é importante fazer o diagnóstico o mais cedo possível”, orienta.  

Entre os principais tipos de câncer infantil, a médica informa que, com base nos dados internacionais, a leucemia e o tumor no sistema nervoso central lideram as estatísticas. “Na Bahia, o último Censo aponta a leucemia em primeiro lugar. Os tumores de sistema nervoso central estão em segundo e os linfomas em terceiro lugar”, afirma. 
 
“Em casos de leucemia, a gente tem que chamar atenção para palidez, sangramentos, mesmo que sejam pequenos, na cavidade oral, manchas vermelhas na pele. Os cancros, que também são comuns em doenças virais, mas que sempre têm que chamar atenção dos pais. O câncer no sistema nervoso central terá muitas vezes vômitos matinais, dor de cabeça. E outros sinais que têm que ser levados a sério pelos pais são perda de equilíbrio, um andar diferente, falar que não está enxergando bem, dor, principalmente aquela dor que não passa com um remédio simples. É bem importante que isso seja levado a sério pelos pais”, informa Ana Marinho.   

 

Chances de cura 

Segundo a oncologista, com os estudos voltados para o tratamento da doença e com o diagnóstico precoce, as chances de cura estão acima de 70%, com casos que chegam a 90%.

“A pediatria está sempre tendo estudos em grande volume para ter resultados robustos. Os resultados são muito bons atualmente. Se a gente pensar que na década de 1970, a leucemia nas crianças era quase um atestado de óbito e hoje a leucemia mais comum na infância, a B, consegue taxa de cura acima de 90%. Principalmente nos países desenvolvidos, que têm mais recursos, a gente vê que é um total quase de sucesso. Estamos falando de chances de cura muito boas, principalmente se pegar a doença em fase inicial”, explica. 

Segundo Ana Marinho, a taxa de cura dos tumores de sistema nervoso central evoluíram muito nos últimos anos e hoje já há indíces acima de 70%. Ela explica também que os linfomas estão acima de 80% e os tumores renais beiram os 90%. 

  
Tratamento e apoio

A oncologista fala que, em casos de câncer infantil, o tratamento ainda é baseado na quimioterapia. “Como elas estão em fase de crescimento, tentamos evitar a radioterapia, mas sabemos também que técnicas cada vez mais avançadas na radioterapia têm gerado cada vez mais tratamentos seguros com menos efeitos colaterais. Já a quimioterapia é a base do tratamento nas crianças”.  

Ela explica que, em casos positivos para a doença, o preparo das crianças e suas famílias conta com uma equipe multidisciplinar, principalmente com ajuda da psicologia.  

“[A preparação] depende muito da faixa etária. As crianças maiores a gente vai ter uma equipe multidisciplinar e a psicologia precisa estar muito junto com a gente. O ponto principal é sempre ser sincero com os pais e com as crianças, dentro do entendimento delas. Com os adolescentes, respeitamos até onde eles dão conta de saber o que está acontecendo com eles. Por isso é importante uma equipe com a psicologia junto para ajudar a gente como falar, utilizar uma linguagem que a criança consiga entender, como também perceber o quanto as crianças e adolescentes querem saber ou estão preparados para ouvir sobre a doença e tratamento”, finaliza. 

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