No Dia Mundial do Diabetes, Portal M! alerta sobre como descobrir pré-diabetes e evitar evolução da doença
Médica endocrinologista Adriana Moura explicou tudo em entrevista exclusiva. Confira!
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituíram neste 14 de novembro o Dia Mundial do Diabetes para reforçar a conscientização a respeito dessa doença, principalmente em relação à prevenção e às dificuldades enfrentadas pelos pacientes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, no país existem mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, e este número tende a aumentar. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como o diabetes, são responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil, sendo que o excesso de peso é o maior fator de risco para o aumento da incidência.
Porém, pacientes podem estar em estado de pré-diabetes e não saber. Trata-se de uma alteração do metabolismo que pode evoluir para diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Silenciosa e difícil de ser diagnosticada previamente, a pré-diabetes está relacionada ao sobrepeso e à obesidade. O tecido adiposo tem uma resistência insulínica que atrapalha a ação desse hormônio que leva a glicose para dentro das células, provocando aumento dos níveis de açúcar no sangue. A doença só apresenta sintomas quando já está instalada e avançada.
Vale ressaltar que o diabetes pode ser acusado em qualquer idade, dependendo do peso e da vulnerabilidade do paciente.
Em entrevista exclusiva ao Portal M!, a médica endocrinologista Adriana Moura, da Clínica AMO, explicou tudo sobre a doença, quais o estágios e como trata-la. Confira:
Portal M! – Quando o medicamento é indicado para casos de pré-diabetes?
Adriana Moura – O resultado é melhor sem medicação com o controle de peso, mas um medicamento controlador que indicamos é o Glifage.
M! – Quais são as mudanças de hábito necessárias para estabilizar ou até reverter o pré-diabetes?
AM – O nível que consideramos pré-diabetes seria antes da glicemia atingir, no exame de sangue, 126 mg/dl em duas medidas ou da hemoglobina glicada. Neste estágio, é uma doença reversível, se o paciente conseguir perder de 5% a 10% do peso e manter a perda, regredindo o estágio de resistência insulínica, sem medicação, apenas com dieta e exercícios físicos.
M! – Quais as restrições alimentares? O consumo moderado de bebida alcoolica é permitido ou totalmente vetado?
AM – O que recomendamos é a redução de carboidratos, principalmente os derivados de farinhas, refinados, açúcares, industrializados em geral e qualquer alimento que faça ele ganhar peso, porque independente do consumo do carboidrato em si, o tecido adiposo do organismo faz a resistência insulínica. A bebida alcóolica, principalmente a cerveja, tem carboidrato. O próprio álcool, a depender da quantidade e do que foi consumido junto a ele, tem um comportamento imprevisível em relação a diabetes. Em pacientes que usam insulina, o álcool pode provocar tanto a hipoglicemia como a hiperglicemia. O que recomendamos é que o paciente tenha a doença controla e tenha um consumo leve, como um ou dois copos, para não alterar a glicemia.
M! – E em relação ao tabagismo?
AM – O fumo não tem relação direta com o metabolismo da glicose, mas é um fator importante para o infarto e o AVC. Somando diabetes e tabagismo, o paciente passa por um risco alto desses eventos. Realmente, não recomendaria.
M! – Quais são os fatores de risco para o diabetes e o pré-diabetes? Quais as complicações que o diabetes pode causar?
AM – Cegueira, amputações, problemas renais e cardiovasculares são complicações crônicas da doença, que surgem ao longo de anos, sem controle adequado. Hoje, dispomos de medicações modernas que têm como objetivo controlar a glicemia e evitar essas complicações. Pacientes que evoluem para esta doença não têm acesso ao médico ou não aderem corretamente ao tratamento. É importante frisar o papel ativo que o paciente tem que ter no seu tratamento, no entendimento e no controle da diabetes.
M! – Qual a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2?
AM – São os tipos mais comuns, existem vários outros tipos de diabetes. O 1 é uma doença autoimune , onde existe a destruição pelo próprio organismo das células do pâncreas que produzem a insulina. Geralmente surge na infância ou, no máximo, na adolescência, e já existe um diagnóstico com quadro de deficiência insulínica grave, geralmente associado a infecções, como a infecção urinária. O tipo 1 é mais na infância, autoimune e insulinodependente. Já o tipo 2 é relacionada ao sobrepeso e à obesidade, sendo progressiva. Ao longo dos anos, ela evolui de resistente insulínica para pré-diabetes, para diabetes e, se não tratada, o paciente passa a se comportar como paciente tipo 1.
M! – Quais os sintomas do pré-diabetes e do diabetes?
AM – Para a pré-diabetes infelizmente, não [há sintomas]. Tem que ficar vigilante ao peso e realizar exames de rotina, incluindo os exames de glicemia de jejum e hemoglobina glicosilada. Para diabetes, se for esperar os sintomas, estará em estágio mais avançados. Glicemia alta pode provocar tonturas e turvações visuais. É importante que a população fique ciente da necessidade do acompanhamento médico e não espere pelos sintomas.
M! – Quais os métodos de diagnóstico? Quais as diferenças entre os exames glicemia de jejum, hemoglobina glicada e teste oral de tolerância à glicose?
AM – São exames de sangue simples e disponíveis em qualquer laboratório. A glicemia de jejum vai avaliar a glicemia daquele momento, em análise pontual. Tem algumas interferências do dia anterior, do que o paciente comeu e do tipo de jejum. É um dos parâmetros. Se estiver alterado em dois momentos, acima de 126mg/dl, já fecharia o diagnóstico de diabetes. A hemoglobina glicosilada é uma média. É mais fiel sem ter tantas interferências. Estando acima de 6,5, também fecha o diagnóstico de diabetes. O teste oral é um teste de estímulo ao pâncreas para ver qual a reação do pâncreas a uma carga de açúcar. Em jejum, o paciente bebe um xarope no laboratório, contendo uma carga alta de 75g de glicose, e aí se mede a glicemia antes da carga e duas horas depois. Este teste é aplicado para diagnósticos dos quadros de pré-diabetes. O teste oral é somente para diagnóstico e não se repete.
M! – Os aparelhos usados em casa, vendidos em farmácias, podem ser considerados um método confiável?
AM – Sim. É confiável e útil. São usados para acompanhamento, principalmente dos pacientes que usam insulina. Existe até uma forma mais moderna chamada freestyle libre, um sensor que livra o paciente das furadinhas diárias. Ele é colado e tem um filamento onde a pessoa rastreia com o leitor e avalia a glicose, e o adesivo dura o período de 14 dias.
M! – Ter um parente em primeiro grau com diabetes é uma “sentença”? Ou seja, o filho de um diabético necessariamente terá a doença ou ela pode ser evitada?
AM – Não é uma sentença em hipótese alguma. Sabemos que diabetes tem um componente genético, mas não é uma sentença. A pessoa tem que controlar o ambiente que ela vive para que a doença não evolua, controlando seu peso e sua alimentação.
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