Na Bahia, exames para identificação do tumor de próstata tiveram queda de mais de 20% em 2020

A campanha mundial Novembro Azul é um chamado à conscientização sobre saúde do homem, com destaque para a importância do diagnóstico precoce do Câncer de Próstata. Este ano, o alerta é ainda mais importante. Segundo dados do Ministério da Saúde, no primeiro ano de pandemia, a Bahia registrou queda de mais de 20% no total de exame PSA (Antígeno Prostático Específico), marcador mais utilizado no auxílio ao diagnóstico de câncer de próstata, comparado ao ano anterior (em 2019 foram feitos 303.599 exames e em 2020 foram realizados 240.916). 

 Em 2021, o total de PSAs continua em declínio, tendo sido realizado, até o momento, 136.289 exames. Em De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o câncer da próstata é o tumor mais frequente em homens acima dos 50 anos, e o diagnóstico precoce é a única chance para redução da taxa de mortalidade. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no estado, a taxa de mortalidade por causa da doença cresceu 14% entre 2015 e 2019, saindo de 14.542 para 16.033, respectivamente. Em 2020, foram registrados 1.367 óbitos. 

O coordenador do serviço de Urologia do Hospital Cárdio Pulmonar e presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seção Bahia, Lucas Batista, explica que tumor maligno na próstata ocorre em uma glândula localizada na região inferior do abdômen masculino, responsável pela produção de parte do sêmen. “O câncer da próstata é o segundo que mais mata homens no Brasil. Todo homem acima de 50 anos deve procurar um urologista uma vez ao ano. No entanto, homens que tiverem o pai um irmão ou tio diagnosticado devem fazer um acompanhamento a partir dos 45 anos”, alerta o urologista.
O especialista reforça a necessidade do diagnóstico precoce. “Quando o câncer da próstata apresenta metástase, não há chance de cura, por isso, é de extrema importância que a consulta urológica faça parte do check-up anual. Quando identificamos o tumor em estágios iniciais, conseguimos ofertar ao paciente tratamentos que vão lhe permitir a cura de até 90% dos casos”, alerta  Lucas Batista.  

Além do histórico familiar, há outros fatores de risco para a doença e que devem ser considerados como, por exemplo, alterações genéticas, homens negros são mais propensos, e também a exposição a produtos químicos como arsênio e gases de escapamento de veículos. O tabagismo e a obesidade também são apontados em alguns estudos como fatores de risco, mas ainda não conclusivos. Bons hábitos como o cuidado com a alimentação e a prática de exercícios, reduzir o consumo de bebidas alcóolicas e não fumar são sempre uma boa escolha para cuidar da saúde, e não será diferente para os homens nesse aspecto.