Longe do fim, Covid-19 ainda é uma ameaça à população

Há quase três anos, a Covid-19 é uma ameaça invisível. Nesse período, a pandemia passou por diversas fases em todo Brasil e no mundo. A vacina foi uma conquista e um alívio para a população e vem sendo um fator essencial para evitar a pressão nas unidades hospitalares e que a doença avance para a gravidade.

Mesmo com os imunizantes Pfizer, Oxford, Janssen e CoronaVac disponíveis, muitos brasileiros ainda não se imunizaram com a primeira dose ou não completaram o esquema vacinal. Com a chegada do verão juntamente com festejos de fim de ano e o tão aguardado Carnaval, a disseminação do vírus acende um alerta para as autoridades e especialistas na área de saúde devido às festas previstas no calendário baiano.

Desde o início da pandemia de Covid-19, o vírus continua a evoluir dando origem a muitas linhagens descendentes e até mesmo recombinantes, sendo a mais recente é a BQ.1, uma sublinhagem de BA.5, da Ômicron, que carrega mutações em pontos importantes do vírus.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que realiza o monitoramento contínuo das diferentes linhagens, aponta que a cepa já foi detectada em 65 países, incluindo o Brasil, e apresenta uma prevalência de 9%.

Diante da identificação da nova variante, especialistas buscam identificar possíveis impactos da linhagem para as vacinas em uso e para os testes de diagnóstico, além das características clínicas como transmissibilidade e gravidade da doença.

Dentre os imunizantes que estão sendo utilizados em outros países para diminuir a gravidade da nova cepa, está a vacina bivalente, fabricada pela Pfizer. No Brasil, o novo imunizante ainda não é usado na vacinação, e a previsão é que a população comece a ser vacinada nos primeiros dias de 2023.

Até agora, o Brasil já recebeu mais de 4,4 milhões doses de vacinas bivalentes para o combate à Covid-19. De acordo com os dados do consórcio de veículos de imprensa, o país registrou 694.625 mortes desde o início da pandemia.

Bahia

Em novembro, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) detectou a linhagem BQ.1 da variante Ômicron em amostras de SARS-CoV-2 (vírus causador da Covid-19) de residentes da Bahia, em nova rodada de sequenciamento genético.

Foram sequenciadas ao todo 128 amostras coletadas em outubro e novembro e a BQ.1 representa 32% deste total.

As identificações da linhagem BQ.1 foram em materiais provenientes dos municípios de Salvador, Candeias, Conceição do Coité, Dias D’Ávila, Euclides da Cunha, Ilhéus, Lauro de Freitas, Mairi, Porto Seguro, Ruy Barbosa, São Sebastião do Passé e Simões Filho, municípios onde houveram aumento do número de casos de Covid-19.

Na Bahia, desde o primeiro caso contabilizado em março de 2020, até a última sexta-feira (6) já foram confirmados 1.774.442 casos, com 1.740.621 recuperados e 31.280 óbitos, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Neste momento, 2.541 casos encontram-se ativos em todo o estado.

Vacinação

No país, de acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 75 milhões de pessoas não compareceram aos postos de vacinação para receber a primeira dose de reforço.

Até o momento, a Bahia registra 11.711.966 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.921.577 com a segunda dose ou dose única,  7.772.085 com a dose de reforço e  3.056.237 com o segundo reforço.

Do público de cinco a 11 anos, 1.095.341 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 742.782 já tomaram também a segunda dose. Do grupo de três a quatro anos, 78.363 tomaram a primeira dose e 34.708 já tomaram a segunda dose. Do grupo de seis meses a dois anos, 9.761 tomaram a primeira dose.

Alta estação

Com a vinda do verão e as festas previstas do calendário baiano, disseminação do vírus serve como alerta para autoridades e especialistas em saúde.

Uma delas, foi o Festival Virada Salvador que aconteceu entre os dias 28 de dezembro e 1° de janeiro, na Arena Daniela Mercury, na Orla da Boca do Rio, onde reuniu cerca de dois milhões de pessoas durante os cincos dias de festa.

Com a ascedência de turistas na capital baiana sendo grande parte deles estrangeiros e a mutação do vírus cada vez mais recorrente, especula-se até adiamentos de eventos que já são consagrados em Salvador.

Entretanto, a Prefeitura descarta qualquer cancelamento desses eventos e afirma está monitorando os números da Covid-19 na cidade. Assim como foi o Festival Virada, as lavagens, como a do Bonfim, tradicional na capital e o Carnaval (maior festa de rua), estão mantidos.

Perdas para a doença 

Apesar da vacinação ter reduzido os casos graves e o número de mortes, nem todos tiveram a oportunidade de se imunizar a tempo. 

Diante de milhares de perdas na pandemia, algumas delas foram de celebridades, sendo eles: atores, músicos, cantores e entre outros que jamais serão esquecidos. Confira alguns nomes listados pelo Portal M!.

Letieres Leite 

O maestro e compositor Letieres Leite faleceu em outubro de 2021, aos 61 anos, em sua casa, em Salvador. O laudo da morte do maestro Letieres Leite apontou o óbito por insuficiência respiratória em decorrência da Covid-19. 

Genival Lacerda

O cantor, compositor e ícone do forró morreu no dia 7 de janeiro de 2021. Genival tinha 89 anos e estava internado desde 30 de novembro de 2020 vitimado pela doença.

Paulo Gustavo

O ator morreu no dia 4 de maio de 2021, em função da Covid-19. O humorista tinha 42 anos e estava internado desde o dia 13 de março do mesmo ano em um hospital no Rio de Janeiro (RJ), onde foi intubado no dia 21 do mesmo mês após agravamento do seu estado clínico.

Tarcísio Meira

O ator Tarcísio Meira morreu aos 85 anos, vítima da Covid-19, no dia 12 de agosto de 2021. Tarcísio foi internado na UTI do Hospital Albert Einstein (SP), intubado no dia 7 de agosto do mesmo ano.

Nicette Bruno

A atriz Nicette Bruno morreu em dezembro de 2020, aos 87 anos. Na época, Nicette foi internada com Covid-19 na UTI da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio.