Há um ano, Bahia confirmava primeiro caso de Covid-19

Uma tragédia que parece não ter fim. Há um ano, a Bahia confirmava o primeiro caso de coronavírus, na cidade de Feira de Santana. Uma mulher, de 34 anos, contraiu a doença em uma viagem internacional. Ela retornara da Itália em 25 de fevereiro, país onde explodiu a contaminação. Após o episódio, os casos da doenças já ultrapassam a marca de 700 mil.

Em Salvador, os primeiros registros foram de uma mulher de 52 anos e a filha de 11 anos, que voltaram de uma viagem da Espanha, e um idoso de 72 anos, que também veio de viagem da Itália. Surgia aí a disseminação da doença. A primeira morte em Salvador, aconteceu em 29 de março do ano passado. Foi um paciente de 74 anos que estava internado no Hospital da Bahia. O Portal M! foi o primeiro veículo de comunicação a noticiar o caso.

Mortes

Desde o início da pandemia, até a última quinta-feira (4), a secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), registrou 12.251 óbitos provocados pela doença, sendo 111 nas últimas 24 horas. Em Salvador, os óbitos chegam a 3.858. A iminência da falta de UTIs e a longa fila regulação são motivos que preocupam as autoridades pelo aumento do número de mortes nos últimos dias.

Quanto aos leitos, a situação é preocupante. Segundo o Portal da Transparência, da Secretaria Municipal de Saúde, a ocupação dos leitos de UTI adulto atinge 84%. Na Bahia, a situação ainda é pior. Conforme a Sesab, dos 1.145 leitos adultos de UTI, 980 estão ocupados, o que representa uma taxa de 86%.

Prevenção

Ainda no início da pandemia, se descobriu então que o uso de máscara, a higienização frequente das mãos e evitar aglomerações contribuíam para não espalhar a doença. Fato é que governos do mundo todo resistiram em fechar suas fronteiras em um primeiro momento, mas a medida se tornou inevitável e o que se viu nos meses seguintes foram ruas desertas, comércio fechado, aviões em solo e hospitais lotados.

Diante do problema que assolava o mundo, laboratórios deflagraram a corrida contra o tempo para a descoberta de vacinas contra a doença. Hoje já são cinco: CoronaVac, desenvolvida na China pela farmacêutica Sinovac e com parceria do Instituto Butantan, no Brasil. Além dela, Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, produzida pela Universidade de Oxford, Pfizer/BioNTech, Moderna e a Sputnik V/Instituto Gamaleya da Rússia.

Medidas Restritivas na Bahia

O sistema de saúde baiano está a um passo do colapso. O governador Rui Costa (PT), inclusive, estendeu o toque de recolher no estado até o dia 31 de março e, como em 2020, deflagrou o lockdown do comércio para conter o avanço da pandemia de Covid-19. As praias também foram fechadas. No caso o comércio chegou a ficar fechado por quatro meses na Bahia, no ano passado. O transporte intermunicipal também foi suspenso na ocasião. 

Personalidades que perderam a batalha contra a doença

Entre anônimos e famosos, vidas foram perdidas em decorrência da Covid-19. Entre as celebridades baianas estão MC Dumel, o ex-deputado federal Félix Mendonça, o ator Fernando Neves, o médico e cientista Elsimar Coutinho, o humorista Jotinha e o ex-deputado estadual e médico oftalmologista, José Clemente Alves Gondim.

No Brasil, o compositor e escritor Aldir Blanc, a atriz Nicete Bruno, o forrozeiro Genival Lacerda, o cantor Paulinho, do Roupa Nova, o ator Eduardo Galvão, o jornalista esportivo Rodrigo Rodrigues, dentre outras celebridades e anônimos estão na lista das 260.970 pessoas que perderam a batalha contra a Covid-19 no Brasil.

A dor da perda

“É uma dor imensurável, choro todos os dias. Minha mãe completou 70 anos e, um dia após completar idade, foi internada com febre e incômodo respiratório. A doença foi avassaladora e em menos de uma semana, ela se foi. Meu último adeus foi na UTI e só eu falava. Ontem, fez 30 dias de sua partida e até hoje não acredito que ela se foi”, disse emocionada ao Portal M! a administradora Alessandra Meira, que agora cuida do pai, que está se recuperando da doença.