Grupo pede ampliação da vacinação das pessoas com comorbidades em Salvador

Doenças preexistentes como hipertensão e diabetes são algumas das enfermidades que podem agravar o estado de saúde de pessoas contaminadas pelo coronavírus, aumentando as chances de internação, até mesmo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para colaborar no sentido de evitar isso, o grupo Unidos pela Vacina encampou uma luta pela ampliação da vacinação para as pessoas com comorbidades em Salvador.  

O grupo, criado no mês de abril, é formado pelos administradores de empresas Daniel Bomfim e Lua Bomfim, pela secretária executiva Nerci Barros e pelo técnico de radiologia Aquila Baleeiro. 

“Nossa principal pauta é a ampliação da vacinação dos grupos com comorbidades. Neste momento, estamos lutando para que a vacinação chegue logo para as pessoas de 18 a 35 anos, como está previsto no Plano Nacional de Imunizações. Esta é nossa luta, e continuaremos até que todas as pessoas estejam vacinadas”, disse Daniel Bomfim, que já participou de diversas audiências públicas para tratar do assunto.  

O Ministério da Saúde orienta as autoridades locais do setor que, dentro do universo das pessoas acometidas por doenças crônicas, seja empregado o critério de idade em grupos de intervalos de cinco anos. Assim, seriam imunizadas primeiro as pessoas entre 55 e 59 anos. Em seguida, aquelas com 50 a 54 anos. E assim por diante, até a idade mínima dos grupos prioritários, de 18 anos.

Em Salvador, estão contemplados na lista do público-alvo da campanha pacientes oncológicos em tratamento no Cican, portadores de comorbidades com 30 anos ou mais, agentes da Marinha e Exército, além de guardas municipais a partir de 35 anos. Antes, já havia sido iniciada a vacinação dos professores. 

Conforme Daniel, a Prefeitura de Salvador ‘pulou’ a terceira fase do PNI quando colocou os professores e agentes na frente das pessoas com comorbidades. Para ele, deveriam ter prioridade todos os portadores de doenças crônicas independente da idade.

Daniel reclama também do cadastramento que tem sido exigido pela prefeitura. De acordo com ele, isso tem atrapalhado o andamento da vacinação. 

Na sexta-feira (14), a prefeitura fez um mutirão para atualização ou cadastro de pessoas com comorbidades. A ação, realizada pela Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), ocorreu em todos os 155 postos de saúde da capital. 

Segundo a prefeitura, esta ferramenta foi criada para garantir segurança e evitar fraudes no processo de imunização. O acesso ao site para cadastro é restrito ao profissional médico, que deve utilizar o mesmo login e senha da área restrita da página do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb).

“Hoje não temos profissionais suficientes no SUS para atender toda a demanda da rede, imagine se vamos ter profissional só para fazer cadastro”, questiona Daniel. 

De acordo com o Ministério da Saúde, são 22 as comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra o novo coronavírus, entre elas obesidade mórbida, diabetes, insuficiência cardíaca, Síndrome de Down, doenças cardiovasculares e doenças renais crônicas.

O público-alvo desse grupo é estimado em 17.796.450 pessoas pelo Governo Federal. No âmbito estadual, o cálculo é de mais de 1,7 milhão de baianos com alguma cormobidade. 

Como comprovar

O Ministério da Saúde orienta que as pessoas estejam pré-cadastradas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) ou em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Contudo, isso não é uma condição. Qualquer pessoa que se enquadrar no grupo de comorbidades pode se dirigir ao posto de vacinação e apresentar algum tipo de comprovação de sua condição de saúde.

Entre as comprovações possíveis, incluem-se exames, relatórios médicos, receitas, prescrições médicas, diagnósticos ou documentos semelhantes, que comprovem que o cidadão possui uma das doenças.

Estão entre as 22 comorbidades previstas no PNI: diabetes; pneumopatias crônicas graves; hipertensão arterial resistente; hipertensão arterial estágio 3; hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade; doenças cardiovasculares; insuficiência cardíaca; cor-pulmonale e hipertensão pulmonar; cardiopatia hipertensiva; síndromes coronarianas; valvopatias; miocardiopatias e pericardiopatias; doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas; arritmias cardíacas; cardiopatias congênita no adulto; próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados; doença cerebrovascular; doença renal crônica; imunossuprimidos; anemia falciforme; obesidade mórbida; síndrome de Down; e cirrose hepática.