Faculdade mineira recruta voluntários para testar eficácia de vacina contra HIV

Cerca de 120 voluntários foram recrutados pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para receber vacinas contra o HIV, em Belo Horizonte.  A pesquisa, chamada mosaico, é financiada em colaboração com a Johnson & Johnson.

Os candidatos devem ter entre 18 e 60 anos de idade, não estar infectados pelo HIV e podem se cadastrar até julho deste ano ou até preencher as vagas.

Os testes já começaram e o critério é que sejam homens cisgênero ou pessoas trans que têm relacionamento com homens cisgênero e/ou pessoas trans. A previsão é que o estudo dure quatro anos.

A pesquisa tem a participação total de 3.800 pessoas em oito países, sorteadas e divididas igualmente entre grupo placebo e grupo ativo. Em Minas, na UFMG, serão 120 pessoas a participar dos testes.

Segundo o professor e pesquisador responsável pelo estudo da UFMG, Jorge Andrade Pinto, o principal diferencial é o objetivo de proteção para o HIV, “o mais comum, e seus diversos subtipos”. Esse desafio é a razão de não haver uma vacina em mais de 30 anos desde o primeiro caso de Aids.

“Como o HIV é tão disseminado e de controle tão difícil, várias estimativas indicam que, mesmo que a vacina não seja altamente eficaz, ainda vai poder diminuir bastante o impacto da epidemia”, disse ao G1.

Ele explicou que, mesmo se a eficácia da vacina vier a ser baixa, ela pode ajudar a frear o número de casos.

“Por exemplo, se você estiver considerando que tenha uma vacina que seja 30% eficaz, mas que seja capaz de vacinar 20% da população em risco de aquisição do HIV, você previne cerca de 5 milhões de casos no intervalo projetado de dez anos. Agora, se você tiver uma vacina que seja 70% eficaz, no outro extremo, e com uma cobertura de 40% da população, o número de infecções prevenidas no intervalo de dez anos, vai a 28 milhões”, disse.

Segundo o pesquisador, a mesma pessoa vai receber duas vacinas diferentes: a vetor viral e a contendo a proteína gp140 do HIV.

Apenas um comitê externo saberá quem recebeu placebo e quem recebeu a vacina, sendo responsável por avaliar a segurança da vacina e o número de novas infecções entre os participantes.