Especialistas recomendam cancelamento de eventos para conter disseminação da Ômicron
Variante do coronavírus se espalha e já é dominante no mundo
O avanço da Ômicron no Brasil acende o sinal de alerta para a pandemia de Covid-19 e, na avalição de muitos especialistas, o melhor caminho seria o cancelamento total de grandes espetáculos e festejos como os de Carnaval.
Embora reconheça que tais eventos foram programados em outro cenário da pandemia, a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirmou que, diante do que já se verificou em países do Hemisfério Norte, onde a variante se espalhou em grandes proporções, o momento é de retroceder.
“É preciso que a população entenda que mudou. Não podemos mais relaxar de maneira nenhuma”, disse a especilista à Agência Brasil.
A médica destacou ainda o impacto nas mais diversas atividades, quando aumenta o número de casos. “Felizmente, não teremos um número de mortes como tivemos nas últimas ondas, mas teremos tantos casos que a economia ficará prejudicada por causa do absenteísmo”, afirmou.
Isabella citou como exemplo os inúmeros voos cancelados por causa da contaminação das equipes de tripulantes.
“Não queremos parar a economia, não queremos fechar as escolas de maneira nenhuma. As escolas não podem ser fechadas, mas precisamos da ajuda da população. É preciso entender esse recado, porque, senão, não tem como controlar. Não tem autoridade que consiga controlar”, afirmou.
Isabella Ballalai alertou ainda para o uso das máscaras de tecido e as cirúrgicas, que, segundo ela, não são suficientes para enfrentar a variante Ômicron.
De acordo com ela, as melhores máscaras são as do tipo N95 ou PFF2. Quem não tiver condição de comprá-las deve combinar o uso das de tecido com as cirúrgicas.
Além da utilização correta das máscaras, a médica recomenda a vacinação. “Quem não tomou a primeira dose, pelo amor de Deus, acorda. A pandemia não acabou”, ressalta.
O primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, concorda que o momento é de restrições.
“Com a nova onda chegando, a maior de todas, temos que voltar atrás, retroagir com o público no Carnaval, nos estádios de futebol, nos cruzeiros. Agora é momento de restrições. Muita gente, equivocadamente, usava como critérios o número de vacinados para flexibilização. O relaxamento deve ser dado pelas taxas de transmissão”, explicou.
Quando há muita gente em circulação, é preciso restringir mais – com poucos circulando, libera-se mais, disse o infectologista. “A conta é essa. O momento agora é voltar para trás. Limitar a frequência”, recomendou Kfouri, reforçando que a limitação se daria até baixarem as taxas de transmissão da Ômicron.
Agravamento no Carnaval
A médica Sylvia Lemos, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) em Pernambuco, teme que o quadro se agrave no Carnaval, quando aumenta a circulação de pessoas nas cidades e chegam turistas de outros países. Além disso, há o caso de pessoas já vacinadas que participaram de festas privadas no fim do ano e agora estão com a doença.
Ainda assim, disse a médica, é preciso avaliar a evolução, porque como tem sido demonstrado desde o início, o comportamento da Covid-19 é muito mutante. “É algo imprevisível e temos que esperar os tempos e como as tendências das curvas se comportam”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse que, por enquanto, não há previsão de alterar as medidas restritivas e que a principal recomendação para eventos é a cobrança do passaporte sanitário.
Soranz destacou que as pessoas precisam ter consciência de que, para ficar juntas no mesmo local, é necessário que todas estejam devidamente vacinadas. O secretário reconheceu que isso não vem ocorrendo em alguns eventos, que terminaram com muitas pessoas infectadas, como nos cruzeiros, que precisaram ser suspensos.
Para Soranz, o panorama pode mudar, se houver aumento nas internações, por causa da falta de respeito às regras sanitárias.
“Se não forem cumpridas, houver aumento no número de internações e de casos graves, teremos que mudar as medidas restritivas na cidade. O que está balizando as medidas restritivas hoje é a quantidade de internados e de casos graves, que não se alterou, não teve mudança nesse momento, mas, se houver grande circulação de pessoas não vacinadas, o cenário pode se alterar rapidamente”.
Soranz reforçou que é importante os eventos culturais continuarem cumprindo as medidas sanitárias colocadas: em locais com muita gente, exigir o uso de máscara e a apresentação do passaporte sanitário.
Para este ano, há outros grandes eventos previstos, como o festival Lollapalooza, marcado para os dias 25, 26 e 27 de março, em São Paulo, e o Rock in Rio, de 2 a 11 de setembro, no Rio.
O presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, disse que, se houver um agravamento do quadro pandêmico, as restrições não devem ser apenas para o setor. De acordo com Caramori Júnior, eventos de massa já foram realizados e não tiveram impactos negativos no quadro epidemiológico, como a Fórmula 1.
Para ele, é preciso avaliar a evolução do quadro, incluindo o número de internações, de casos graves e de óbitos. Se forem tomadas medidas drásticas, não podem ser direcionadas só para os eventos, tem que valer para todos os setores que incentivam o convívio social.
“Tem as praias cheias, parques cheios, aeroportos cheios, shopping centers cheios, supermercados, quer dizer, não tem como direcionar só para este setor. Seria uma abordagem extremamente preconceituosa”, disse Caramori.
Ele destacou que o segmento de eventos contribui positivamente quando exige o comprovante de vacinação, pois as pessoas têm mais um motivo para busca a imunização.
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