Em reunião com MP, Sinjorba apresenta dados para manter jornalistas no grupo da imunização contra a Covid-19

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, participou, nesta quinta-feira (20), de uma audiência on-line com o Ministério Público Estadual da Bahia (MP-BA) para apresentar um dossiê que traz dados preocupantes sobre como a pandemia de Covid-19 afeta os profissionais de imprensa.

Nesta quinta, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) publicou no Diário Oficial da Bahia a decisão tomada na reunião de terça-feira (18), que inclui jornalistas de redação e assessorias, radialistas, fotojornalistas, cinegrafistas, radialistas e profissionais de blogs e portais informativos entre os grupos prioritários para a imunização. 

Na quarta (19), porém, os Ministérios Públicos Estadual e Federal oficiaram a CIB, recomendando que não aprovasse e as secretarias de Saúde não executassem vacinação de grupos não previstos no Programa Nacional de Imunizações (PNI), alegando uma possível violação ao princípio de equidade.

“Nós acabamos de sair da reunião com o MP onde apresentamos os dados que nortearam o nosso pedido de inclusão no plano de vacinação. Explicamos que fizemos uma tentativa de discussão com o Ministério da Saúde, mas não obtivemos sucesso. O ministério sequer respondeu ao ofício do Sinjorba para discussão do tema e aos ofícios enviados pela Fenaj. Então, não restou alternativa do que apresentar os números aos secretários estadual e municipal para que eles discutissem o tema na CIB”, explicou Moacy.

Ainda de acordo com o presidente do Sinjorba, o MP argumentou que o ideal é seguir o Programa Nacional de Imunizações e não modificar as regras no âmbito estadual.

No entanto, o sindicato contra-argumentou que diante da impossibilidade de discutir o plano nacional, por não incluir as categorias essenciais, a entidade tomou a iniciativa em nível estadual.

“A nossa luta vai continuar. A gente entende que há uma recomendação do MP e do MPF aos secretários, mas a decisão da CIB foi tomada e não há uma decisão suspendendo a vacinação dos jornalistas. Então a gente pede que os secretários encaminhem a vacinação daqueles profissionais que estão incluídos na decisão da CIB. Somos essenciais para trabalhar e devemos ser prioritários para vacinar. Não queremos morrer no exercício do nosso trabalho, que é fundamental para o entendimento da sociedade sobre a Covid-19”, finalizou Moacy Neves.

Dados preocupantes

Um levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas revelou que a Covid-19 mata um jornalista por dia no Brasil.

Este número assustador de vidas perdidas de quem está na linha de frente levando informação de qualidade para a população na maior crise sanitária da História embasa o pedido, acatado esta semana pelas autoridades sanitárias da Bahia, de priorizar a vacinação da categoria.