Criança com hidrocefalia aguarda anestesista para cirurgia no Hospital Roberto Santos

Há cerca de mês, o pequeno Daniel Santos Mota, de oito anos, aguarda uma cirurgia para colocar uma válvula no cérebro como única maneira de enfrentar a hidrocefalia, doença que provoca líquido na cabeça.

Enquanto o procedimento não é realizado, Daniel sofre com as crises convulsivas cada vez mais constantes, correndo risco de perder a visão e a sua capacidade de fala.

Segundo a família, que reside no município de Conceição do Coité, na região sisaleira do estado, o menino não foi operado ainda no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, por falta de anestesista na unidade de saúde.

“Olá, eu me chamo Daniel, tenho oito anos. Tenho um problema de saúde chamado hidrocefalia. Nesses últimos 15 dias estou tendo crises fortes, e estou no aguardo de uma cirurgia urgente para por uma válvula na minha cabeça onde o líquido está tomando parte do meu cérebro”, diz um comunicado assinado pelo garoto e publicado pela família nas redes sociais, com o título “Precisamos de ajuda” e uma foto da criança.

Ainda em publicação, que repercutiu bastante na internet, o comunicado acrescenta que a cirurgia já foi encaminhada para o Hospital Roberto Santos, porém a unidade está sem anestesista.

“Viemos eu e a minha família pedir que você compartilhe essa foto, para que os governantes possam me ajudar. Que Deus abençoe a vida de cada um”, finaliza o trecho da publicação.

Daniel nasceu na própria unidade hospitalar, e segundo a irmã Natália Santos Mota, de 23 anos, ele veio ao mundo de forma prematura, com apenas cinco meses e pesando 600 gramas. No manuseio da incubadora na UTI o garoto adquiriu a hidrocefalia. Quando atingiu um quilo, os médicos instalaram cirurgicamente uma válvula no cérebro dele. 

“Agora a válvula soltou e o médico pediu urgência para a colocação. O líquido está pressionando o cérebro e meu irmão fica roxo, sem movimentos. Está tomando remédios fortes”, conta Natália. “Daniel conversa, fala, mas isso pode comprometer muito a saúde ele, que pode ficar cego, por exemplo”, complementa. 

No dia 21 de outubro, o neurocirurgião Matheus Gomes da Silva da Paz, do Hospital Roberto Santos, informou, em relatório médico, que o caso de Daniel é grave e necessitava de internamento com brevidade.

“O médico nos disse que se dependesse só dele ele seria internado no mesmo dia, mas que o hospital estava funcionando com apenas cinco anestesistas”, conta Natália.

Procurado pela equipe do Portal M!, o Hospital Geral Roberto Santos, informou que para que pacientes não internados tenham a cirurgia agendada, é necessário que surja um leito adequado à necessidade, além de outras demandas específicas ao procedimento.

O hospital ainda ressaltou, que o paciente em questão, Daniel Santos Mota, está entre as prioridades da Neuropediatria aguardando o surgimento de um leito.