Covid-19: mortes no Brasil seguem ritmo de países onde vírus foi mais letal que na China

Após escalada rápida nas duas primeiras semanas, o ritmo das mortes por Covid-19 no Brasil começa a dar leves sinais de desaceleração, ainda que siga a mesma trilha de alguns países onde o vírus já matou mais do que na China. Passado um mês da primeira morte registrada pela doença, o país já tem 1.924 óbitos, segundo o boletim do Ministerio da Saúde.

Conforme o jornal O Globo, Bélgica, Alemanha, Holanda e Irã experimentaram um aumento acentuado, por volta de 30% ao dia, nas duas primeiras semanas em que começaram a registrar mortes pela doença, e agora reduziram o ritmo para uma média mais próxima dos 20%, ou abaixo. Todas essas nações já contabilizam mais de 3.300 mortes, nível em que os chineses conseguiram estabilizar a respectiva crise.

No Brasil, contudo, chama a atenção o fato de ainda não haver testagem de todos os casos suspeitos, o que implica em tamanho subestimado da epidemia. Países que com a Covid-19 incorporada há mais tempo, como o Reino Unido, tinham número de mortes na mesma ordem de grandeza do Brasil no primeiro mês a partir do primeiro registro de óbito. Em duas semanas, os britânicos saltaram de 2.300 para 13.600 mortes.

Assim, de acordo com especialistas, a tendência é a de que o Brasil não consiga frear a epidemia com menos mortos do que a China registra agora, por exemplo.

Como o Brasil testa poucos casos suspeitos de Covid-19, em comparação com outros países, estima-se que haja grande subnotificação. Estudos já estimaram que o número real de infectados seja 12 a 15 vezes maior. 

Para as mortes, porém, a disparidade não deve ser tão grande, porque os casos graves que resultam em óbito têm uma probabilidade maior de terem sido testados.

*Com informações do jornal O Globo.