Cientista aponta risco de surgimento de novas variantes da Covid-19 devido baixa procura pela dose de reforço

O avanço da vacinação proporcionou uma redução nos casos de Covid-19 tanto no Brasil quanto na Bahia, entretanto, em cidades como Salvador, ainda há cerca de 600 mil pessoas que não completaram o esquema vacinal das três doses. De acordo com o cientista baiano Gustavo Sobral, integrante do time da Organização das Nações Unidas (ONU), que explica a importância da imunização no controle da pandemia, o déficit pode abrir brecha para o risco de surgimento de novas variantes e possível regressão do controle do coronavírus.  

“É um risco. Porque a vacina prepara o corpo para se proteger. Se nós não completamos o ciclo, para que houvesse o estímulo do sistema imunológico de forma apropriada, a pessoa pode estar em risco. Ela pode pegar o vírus e passar ainda mais. Quanto mais oferecemos corpo para os vírus, mais chance de gerar mutações, surgimento de novas variantes e perda da vida”, afirma o cientista em entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra. 

A Bahia já vacinou 11.454.864 pessoas com a primeira dose, 10.535.002 com a segunda dose e 4.995.059 com a terceira dose, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Para o Gustavo Sobral, os números de imunizados seriam melhores, se houvesse um trabalho nacional de orientação social.  

“Nós não temos campanha federal de orientação social, para que leve as pessoas entenderem a importância da vacinação, confiar e buscar a imunização completa. Inclusive no momento certo, ter a imunização de reforço”, diz. 

Desobrigação do uso de máscaras 

Perguntado se o cenário está propício para a desobrigação do uso de máscaras, o cientista explica que os números estão favoráveis desde janeiro deste ano, mas alerta que no momento que o vírus circula com intensidade, ainda é necessário manter um certo cuidado. 

“A gente está numa situação relativamente confortável da pandemia, na qual a gente possa ter uma flexibilização. Mas o fato de estar no final, não quer dizer que já controlamos. Essas ações de controle, como manter máscara em locais fechados ou aglomerados, ainda é essencial para evitar que o vírus circule ainda mais. Embora tenhamos um alto número de pessoas vacinadas, com a circulação grande do vírus, a gente pode ter pessoas que não estejam preparadas para enfrentar o vírus, porque a vacina não protege do vírus, prepara o nosso corpo para se proteger e algumas pessoas não pode responder tão bem”, explica. 

Assista a entrevista: