“Ainda é cedo para falar do cancelamento do Réveillon e Carnaval”, diz diretor técnico do Laboratório Jaime Cerqueira

O diretor técnico do Laboratório Jaime Cerqueira, Bruno Cerqueira, afirmou na manhã desta sexta-feira (18), que mesmo diante do aumento dos casos da Covid-19, ainda é cedo para falar do cancelamento do Réveillon e Carnaval. Na avaliação dele, é necessário observar a situação com cautela.

“Acredito que seja muito cedo, é necessário tatear o que está acontecendo. Em janeiro, observamos um pico mais forte do que o observado em junho. A Ômicron apareceu em janeiro, mas da mesma forma que ela apareceu, também sumiu. Então, tivemos os últimos casos em fevereiro. Da mesma forma que tivemos um aumento exponencial de casos, a descida foi muito rápida. Então é necessário tatear o momento, e talvez essa onda seja tão rápida quanto a de janeiro”, indicou Bruno, durante entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.

O diretor técnico também falou sobre o cenário atual da Covid-19 e ressaltou que é um momento de cuidado. De acordo com ele, no Laboratório Jaime Cerqueira foi registrado um aumento significativo tanto na quantidade de testes realizados, como de casos positivos. Segundo Bruno, atualmente, são observados quatro resultados positivos a cada 10 pacientes testados. Antes, se obtinha um positivo a cada 50 pacientes testados.

“Nessa semana de novembro, quando fazemos o comparativo com outubro e setembro, tivemos um aumento significativo de testes realizados e por tabela, um aumento no número de casos positivos. Hoje, a cada 10 pacientes testados, temos quatro positivos. Se olharmos para o início de novembro, não tínhamos essa positividade, era um paciente positivo a cada 50 testados”, ressaltou.

Para tanto, ele acredita ser necessário entender o que está acontecendo atualmente. “Nós passamos por vários momentos similares a esse, desde março de 2020, nós já entendemos como funciona, estamos em uma nova onda. É um momento de cuidado, de resgate de alguns pilares que foram aprendidos ao longo da pandemia”, destacou.

Subvariantes

Na avaliação do especialista, o cenário visto atualmente indica que subvariantes como a BQ.1 e a BA.5 estão circulando em Salvador.

“O que acontece na França, Alemanha, EUA com as subvariantes que chamam atenção, e o que temos de mudança, é que provavelmente as subvariantes estão na nossa cidade, no nosso entorno, como a BQ.1, BA.5. Elas estão conseguindo escapar do sistema imunológico”, indicou.

Segundo Bruno Cerqueira, esse “escape” acontece porque as subvariantes apresentam diferenças estruturais, tanto no RNA do vírus, quanto da estrutura, independente do paciente estar vacinado ou não. “Esse escape tem gerado processos infecciosos, inflamatórios, com sinais e sintomas gripais. Por sua vez, parece que no número de hospitalizações e mortes vão seguir as outras ondas, baixa letalidade e hospitalização, mas em contrapartida, a transmissão parece similar da própria variante Ômicron”, observou.

De acordo com ele, realizar uma diferenciação clínica entre as subvariantes é muito difícil, sobretudo, por se tratar de um ambiente em que outros vírus estão presentes. “Tivemos a onda da Ômicron, que foi detectada inicialmente na África do Sul em novembro para dezembro de 2021, tivemos um reflexo em janeiro, com um pico e um rescaldo no início de fevereiro”, lembrou.

Confira a entrevista completa: