Zulu Araújo critica governo Bolsonaro: “Ele levou as políticas públicas para um cabo de destruição”
O chefe do Executivo ao longo da sua campanha para a reeleição, não mediu as frases preconceituosas ao ironizar sobre a população quilombola
Em tempos de retrocessos nas mais variadas áreas, o impacto desses acontecimentos dentro da comunidade negra repercutiu de forma elevada nos últimos anos do atual presidente Jair Bolsonaro. Com piadas e ofensas racistas, o chefe do Executivo ao longo da sua campanha para a reeleição, não mediu as frases preconceituosas ao ironizar sobre a população quilombola.
Para o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, o governo Bolsonaro levou as políticas públicas para um cabo de destruição.
“É lamentável que um presidente da República tenha iniciado seu governo informando que um quilombola deveria que ser pesado em arrobas, ou seja, retomar uma dimensão de tratamento do ser humano como se fosse animal. Ainda em campanha, ele [presidente] usou essa expressão para caracterizar o peso de um quilombola, é um lamento porque ele levou a cabo uma política de destruição das chamadas políticas públicas, em particular aquelas voltadas para a comunidade negra”, disse em entrevista nesta segunda-feira (21), no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra.
Para Zulu Araújo, a Fundação Palmares foi um alvo muito grande do governo Bolsonaro. No seu ponto de vista, foi deslocada uma pessoa que não tem um conhecimento necessário para dirigir uma instituição tão importante.
“Foi acentuada a discriminação no governo atual, na medida em que foi decidido no primeiro dia em que o presidente disse que nenhuma terra quilombola seria mais reconhecida, e assim ele fez. Apesar de tudo isso, a nossa resistência e resiliência continuam.”
Questionado sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições, Zulu afirmou que cerca de 66% da comunidade negra voltou no vitorioso candidato a presidência, o que significa que a possibilidade de reconstruir e restaurar os dados negativos deixados por Bolsonaro.
“Pra mim é um alento e um sinal positivo de que a sociedade brasileira está verdadeiramente preocupada em assegurar a democracia no país, em fazer avançar as nossas lutas sociais e fazer com que o processo civilizatório seja de paz, tranquilidade e avanço. Estou extremamente feliz com a vitória do presidente Lula e tenho certeza que quem for escolhido tanto para o Ministério da Cultura, quanto para a presidência da Fundação Palmares também terá esse compromisso de restaurar e reabilitar as políticas públicas”, comentou.
Zulu Araújo ainda ressaltou que o papel principal do poder público no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial no Brasil é elaborar e proporcionar oportunidades iguais para todos os brasileiros, incluindo os negros.
“Estamos falando que o estado brasileiro ao longo de 500 anos contribuíu para que uma parcela majoritária da população fosse tratada como escravos, isso se deu com exclusões e leis. Nós temos um país que se desenvolveu durante 386 anos baseado em crimes, isso foi produzido pelas autoridades, empresários e religiões ocidentais. Por isso que é fundamental que seja o estado a trabalhar, propor, elaborar e implementar políticas públicas que acabem com esse estigma, mas do que isso, que proporcione oportunidades iguais para todos, dentre eles a comunidade negra.”
*Confira a entrevista na íntegra:
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