VÍDEO: “Bolsonaro está atrapalhando a política nacional pra salvar o filho dele, o Flávio”, dispara Tiago Pavinatto

Em tempos de polarização extrema no país, há quem diga que os conceitos de direita e esquerda são simplistas demais e que são rótulos usados politicamente para se fazer campanha eleitoral.

É o que pensa o coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Tiago Pavinatto. De passagem pela capital baiana, o ativista, em entrevista ao portal M!, rechaçou que o autoritarismo estivesse ligado à direita. “Ele não é nem direita, nem de esquerda”, afirmou. 

Ele deu como exemplo o nazismo alemão dos anos 1930. Conforme Pavinatto, não dá para saber se o regime era de direita, pois nasceu com uma forma afórmica e tinha correntes socialistas que estimulavam a tomada dos bens de produção pelo proletário. Porém, não havia liberdade econômica naquela Alemanha, pois governo planificava tudo que havia feito. Por outro lado, segundo ele, a propriedade privada era respeitada. “Nazismo e fascismo são regimes totalitaristas. Não dá pra confundir”, disse.

Avaliação

Questionado sobre a avaliação que ele faz ao próprio governo Bolsonaro, o também professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), disse que o presidente é fruto do lulismo, chamando-o de “aberração”. 

“Quando Lula desmontou a institucionalidade do cargo de Presidente da República, isso abriu espaço para que esse tipo de aberração ocupasse o cargo”, alfinetou.

Para ele, ao invés de ter montado um ministério com expoentes das respectivas áreas de atuação, ele colocou pessoas como Abraham Weintraub no Ministério da Educação. “É a pessoa mais desbocada e abjeta que já passou por Brasília”, atacou.

Ao editor-chefe do portal, Osvaldo Lyra, Pavinatto afirmou que Jair Bolsonaro abandonou o cancionário da eleição, quando dizia que iria acabar com a mamata e a corrupção no governo.

“Nada disso está acontecendo. Bolsonaro está atrapalhando a política nacional pra salvar o filho dele, Flávio. Bolsonaro mudou todo o rumo da campanha. A campanha dele é tão mentirosa quanto a campanha da Dilma, porque ele enganou o eleitorado”, disparou.

Para ele, quem sanou o Brasil nos últimos anos foi o ex-presidente Michel Temer (MDB). “Bolsonaro assumiu um Brasil sanado por Temer. Ele assumiu um barco que já tinha, na sua maior parte, abandonado as práticas petistas. Se o Bolsonaro tivesse seguido o que prometeu na campanha, o Brasil estaria melhor do que está”, acredita.

MBL

Conforme o coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), o grupo foi o principal responsável pelo Impeachment da ex-presidente Dilma, em 2016, respondendo àqueles que dizem que o movimento surfou na “onda Bolsonaro” para ter mais destaque. 

Além disso, ele disse ser uma “grande mentira” o documentário “Democracia em Vertigem”, da jornalista Petra Costa, que concorreu ao Oscar deste ano. “O PSDB foi o partido que mais atrapalhou o Impeachment e Bolsonaro não teve nada a ver com disso”, contou.

Sobre os rumos do Movimento, Pavinatto diz que o MBL está em uma terceira fase, buscando o diálogo entre os extremos para tentar apaziguar a extrema polarização vivida pelo país. Para ele, o grupo é feito por militantes que se filiam de forma espontânea e participam dos momentos críticos da vida do Brasil. 

Para Pavinatto, os problemas do Brasil, país de desigualdade profunda, não vão se resolver criando classes de intocáveis, cotas, ou criando vantagens e privilégios. “Este é um problema de base, um projeto de longo prazo”, afirmou.

Por último, ele falou sobre a relação dele com Salvador. Tiago Pavinatto elogiou os monumentos históricos que foram recuperados na cidade e o cuidado maior do poder público com essas regiões. 

“Não se vê isso no Rio e em São Paulo. Ver um local como o Pelourinho em clima de festa, me deixa emocionado. Salvador tem um povo amável, atencioso e que quer ser agradável”, finalizou.

Você confere a entrevista completa com o coordenador nacional do MBL, Tiago Pavinatto, clicando no player abaixo: