Temer descarta MDB e PT juntos no 1º turno: “Querem apoio, mas me chamam de golpista e escravocrata?”

Lideranças do MDB e do PT mantinham negociações consideradas avançadas até a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) reagir a uma declaração do ex-presidente Michel Temer (MDB) de que ela era “honestíssima”. A petista, então, se posicionou de forma crítica ao declarar que Temer tenta limpar sua “inconteste condição de golpista”- referindo-se ao impeachment.

Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do Portal G1, Temer classificou a declaração da ex-presidente como “violenta e grosseira”. “A grave acusação que fiz foi chamá-la de honesta”, ironizou.

Apesar de petistas e emedebistas admitirem reservadamente que a declaração de Dilma atrapalhou as conversas entre os dois partidos, Temer afirmou que a dificuldade na aliança é anterior à reação da petista.

“Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno”, declarou.

O MDB tem como pré-postulante à Presidência a senadora Simone Tebet, que deve ter a candidatura homologada na próxima quarta-feira (27). Nos bastidores, caciques do MDB acreditam que a convenção será judicializada pela ala do partido que quer apoiar Lula já no primeiro turno e que tem como um dos líderes o senador Renan Calheiros.

Temer admite que integrantes do comitê Lula-Alckmin procuraram o partido em busca de apoio, mas ele se queixa do tratamento da militância petista ao seu governo.

“Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a Reforma Trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, reclama o ex-presidente.

Sobre um apoio no segundo turno, no entanto, Temer não descarta novas negociações: “Aí é outra conversa, é um outro tempo”.