Suporte ao microempreendedor, amparo aos LGBTQI+ e trabalho para trans. Conheça as propostas de Onã Rudá

Ele é diretor da União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (UNA LGBT-BA), foi coordenador técnico do SineBahia e é o fundador da torcida LGBTricolor do Esporte Clube Bahia. Agora, Onã Rudá (PCdoB) pretende levar a bandeira LGBTQI+ para a Câmara Municipal de Salvador. Candidato a vereador pelo PCdoB, ele diz acreditar na política como chave de mudança e afirma está empolgado para atuar em defesa da comunidade LGBTQI+, na melhoria do emprego e fortalecimento do esporte. 

“Quero criar programas de inclusão educacional e no mercado de trabalho voltados para as pessoas trans para garantir mais perspectiva de vida do que 35 anos atuais. Nós estamos pensando em como avançar na cultura. Os espaços LGBTs estão sendo fechados na cidade. É um ambiente importante para um grupo e não temos segurança, precisamos fortalecer esses espaços”, afirma. 

Ainda pensando na pauta de emprego e renda na capital, Onã pretende usar ações criativas para estimular o microempreendedor. Uma delas é a criação do ‘No Corre’, uma aplicativo que irá permitir a comercialização de produtos e também a realização de cursos voltados para o manuseio correto dos alimentos e gerenciamento de mídias digitais para divulgar o negócio.

“Salvador tem como marca a capital do desemprego, fiquei surpreso quando  Bruno [Reis] disse no debate [político da Band], que a cidade é a que mais gera emprego, o que vemos são pessoas batalhando para trabalhar. Temos que empoderar essa economia produtiva que está surgindo”, disse o candidato.

Já na área de esporte, o fundador da torcida LGBTricolor promete pensar na diminuição da violência no futebol e em como propor o incentivo para times esportivos LGBTs e esportistas baianos.

“Quero fortalecer os times LGBTs que estão surgindo no futebol e outros esportes. É um caminho para acabar com o preconceito. Os esportistas baiano têm pouco incentivo e é uma coisa que queremos trabalhar também. A ideia é priorizar esse setor”, explica. 

Preconceito

Onã Rudá também foi o responsável por escrever o Projeto de Lei ‘Teu Nascimento’ de autoria da vereadora do PCdoB, Aladilce Silva, que caracteriza como infração administrativa, qualquer ato discriminatório praticado por estabelecimentos públicos ou privados contra pessoas em função da orientação sexual ou expressão de gênero. Aprovado na Câmara Municipal em 29 de novembro de 2019, até hoje, o projeto aguarda regulamentação do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). 

“Falta em ACM Neto vergonha na cara e não estou sendo muito duro. Na virada do ano houve um trabalho da Prefeitura para chamar turistas LGBTs para cá, mas as pessoas que vivem aqui na cidade não têm um pingo de dignidade. Já falei com o assessor dele, procurei uma galera, denunciamos o prefeito para o Ministério Público e o prefeito finge que não há nada de errado”, avalia Rudá. 

O ativista afirma que se a lei tivesse sido regulamentada, coibiria o preconceito à comunidade LGBTQI+ e casos como o vivenciado por estudante de Psicologia que, em 19 de setembro, foi impedido de entrar em um supermercado por estar usando um short curto. Onã foi o organizador do protesto em frente  ao estabelecimento. “A manifestação aconteceu de forma educativa e artística. Fomos aplaudidos pelos trabalhadores de lá, fizemos um ato cultural incrível, dialogando com todo mundo, não teve afronta”, conta. 

Ocupação de shortinho. Imagem: reprodução Instagram @genilson_coutinho