SSP rebate vídeo que circula na internet a respeito da morte de miliciano

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia rechaçou as acusações feitas a partir de um vídeo que circula na Internet, onde um corpo é apresentado como se fosse do miliciano Adriano da Nóbrega, morto em confronto com policiais militares no dia 9. Titular da pasta, Maurício Barbosa destacou que o vídeo veiculado não é reconhecido como autêntico pela perícia baiana ou pela perícia do Rio de Janeiro.

O perito médico legista e diretor do Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues, Mário Câmara, endossou o secretário em nota distribuída pela SSP, afirmando não ser possível analisar um vídeo que não foi autenticado pela perícia. “Não sabemos se foi adulterado, onde foi feito, não sabemos se o corpo é realmente do senhor Adriano”, disse.

“As imagens não foram feitas nas instalações oficiais do instituto médico-legal”, acrescentou o secretário. “Então, nós temos a clara convicção de que isso é para trazer algum tipo de dúvida, de questionamento, a um trabalho que ainda não foi concluído”.

Maurício Barbosa informou na nota que há outras perícias a serem realizadas e outras pessoas estão sendo ouvidas pela polícia. “O que nós queremos é dar continuidade ao trabalho sério de investigação que a nossa polícia já faz, sem nenhum tipo de indagação ou questionamento prévio antes da conclusão da autoridade policial”. 

“O que eu posso dizer é reiterar que o laudo pericial foi feito por um perito médico legal especialista na área, com formação em balística, muito experiente em casos como este”, ressaltou o diretor do IML baiano, para quem o caso de Adriano da Nóbrega não é tecnicamente difícil. “O laudo pericial descreve exatamente os orifícios de entrada, os orifícios de saída, a trajetória dos projéteis, a angulação, não há nenhum sinal de tortura no corpo, não há sinal, no corpo, de execução”, complementou Mário Câmara.

Não citado na nota, o senador Flávio Bolsonaro postou nas redes sociais imagens sobre a morte do miliciano, a quem conhecia pessoalmente. “Perícia da Bahia (governo PT) diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões”, afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter. A divulgação das imagens, inclusive, recebeu críticas por conter imagens fortes.

Ainda na nota,  Maurício Barbosa afirma que a Secretaria da Segurança Pública da Bahia “vai continuar com aquilo que nós começamos a fazer desde antes mesmo do dia do fato, que é o auxílio que nós prestamos à operação do Rio de Janeiro. [Vamos] agir com a máxima transparência, com a máxima intenção de ajudar instituições como o Ministério Público e a Justiça, e não trazer confusões e nem teorias políticas a respeito de um trabalho eminentemente policial”.