Sem poderes para demitir presidente da Anvisa, Bolsonaro quer Queiroga mais radical

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado uma certa insatisfação com a atuação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. De acordo com auxiliares do presidente, ele quer uma posição mais radical do ministro. As informações são do blog de Andreia Sadi do G1.

Como o chefe do Executivo não pode demitir Antonio Barra Torres da Anvisa, presidente da Agência Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a avaliação é a de que caberia a Queiroga se contrapor ao chefe da agência, que vem divulgando notas técnicas para combater a pandemia do coronavírus.

Nem mesmo a última declaração de Queiroga, que chocou até aliados do ministro na semana passada, foi suficiente para agradar Bolsonaro. Na terça-feira (7), Queiroga disse que era “melhor perder a vida do que a liberdade”, ao falar sobre o passaporte de vacina.

De acordo com interlocutores do presidente, Bolsonaro quer que o ministro da Saúde “saia de cima do muro” a respeito da defesa, por exemplo, da narrativa do tratamento precoce – discurso do presidente para sua base negacionista.

Queiroga, segundo relato de uma fonte do Planalto, “nunca defendeu com ênfase” a ideia do presidente, pois, como médico, também quer agradar a comunidade científica.

Apesar dos desgastes, auxiliares afirmam que não existe, ainda, nome a curto prazo para substituir o ministro – mas afirmam que o tema passou a ser tratado nos bastidores até porque Queiroga quer se candidatar em 2022, e precisará deixar o cargo em abril.