Seguranças que atuaram na campanha de Bolsonaro foram levados para a Abin por Ramagem

Pelo menos cinco integrantes da Polícia Federal – parte deles envolvida na segurança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a campanha de 2018 – foram levados para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo diretor-geral do órgão, Alexandre Ramagem.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, nos bastidores da Abin, servidores de carreira têm apontado o grupo de Ramagem como o responsável por orientar informalmente a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando o filho ‘Zero Um’ de Bolsonaro ainda era deputado.

Além de Ramagem, no topo da hierarquia está o delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho. Ele exerce o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Abin e é uma espécie de braço direito do chefe do órgão de inteligência.

Também na Abin estão outros dois agentes que trabalhavam no núcleo que socorreu Bolsonaro no episódio da facada em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, também em 2018. 

São eles: Marcelo Araújo Bormevet, que faz militância virtual e elogia os filhos do presidente nas redes sociais, e Flávio Antônio Gomes, atualmente requisitado para assessor a Superintendência da Abin em São Paulo. Mais um agente da PF na Abin é Felipe Arlotta Freitas.

Outros dois ex-seguranças de Bolsonaro ganharam cargos de confiança no governo. O papiloscopista João Paulo Dondelli, requisitado no ano passado para a Presidência, e o agente Danilo César Campetti, assessor especial de Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiários e elo do presidente com os ruralistas.