Rui diz que Bahia pode ter toque de recolher e fechamento de atividades que promovam aglomerações

O governador da Bahia, Rui Costa, disse que todo o estado pode ter toque de recolher, caso a quantidade de novos casos e mortes, além da ocupação das taxas de UTI continuem subindo. Ele defendeu ainda o fechamento de atividades econômicas em locais fechados e que promovam aglomerações, a exemplo de bares, cinemas e teatros.

“Estamos avaliado tomar essas medidas novamente, caso o panorama se mantenha o mesmo. Teremos uma reunião hoje com prefeitos e membros da UPB para falar sobre a situação. O que não aconteceu ao longo de toda a panedmia está acontecendo agora, quando podemos chegar ao esgotamento do sistema hospitalar”, disse Rui Costa, em entrevista à TV Bahia.

De acordo com o gestor, o estado já reabriu quase todos os leitos do período da primeira onda da pandemia, faltando apenas as unidades existentes na Arena Fonte Nova, o que não foi descartado pelo petista, caso o atual cenário permaneça. 

Questionado acerca da volta às aulas na Bahia, ele voltou a defender a suspensão das atividades presenciais nas unidades de ensino, afirmando que a situação da pandemia na Bahia não permite, por ora, essa retomada.

“Muitos dizem que já seria possível voltar às aulas, uma vez que cinemas e bares já estão funcionando. Não é bem assim. Não fui quem autorizei a retomada de bares e festas clandestinas, locais de concentrações de público. Nós estamos nessa situação por indisciplina por parte da população e de membros de atividades e econômicas”, disparou.

“Quem mais deseja retorno as aulas é o governador. Sei que o que transforma a vida da pessoas é a educação. Entendo que os donos de empresas de educação estão preocupados, mas peço que tenham sensibilidade. Não podemos, neste momento, chegar a situação de outros estados, com o sistema entrando em colapso”, disse Rui, citando o exemplo bem sucedido dos países asiáticos que enfrentaram a pandemia com rigidez e disciplina, obtendo melhores resultados antes dos demais.

Vacinação

Na entrevista, Rui Costa pontuou que a vacinação de todos os professores não seria uma condicionante ao retorno das atividades. Por outro lado, ele criticou “má vontade” do governo federal em realizar a liberação da vacina russa Sputnik V, uma vez que o país poderia receber, pelo menos, 10 milhões de doses do imunizante.

“Fiz um pedido ao STF solicitando a urgencia da vacinação, mas o Governo Federal e a Anvisa trabalham em velocidade da tartaruga. Por outro lado, não temos no horizonte a vacinação de 100% dos professores. Precisamos de sim de condições para voltar às aulas e não na atual, com um pré-colapso do sistema de saúde”, disse o governador.

“Nada justifica que sejamos o segundo país em contaminados e mortos. Muito disso tem a ver com o descaso do governo federal. No final das contas, temos que fazer escolhas. Ter um bar funcionando não é essencial, assim como a realização de festas em ambientes mesmo com 100 pessoas. Precisamos evitar o pior, evitando que pessoas morram sem assistência médica”, finalizou o petista.