Publicitário baiano, Sidônio Palmeira vai de algoz a “salvador da pátria” da campanha de Lula

O publicitário baiano Sidônio Palmeira, um dos três sócios da Leiaute Propaganda, deve pensar que o ‘mundo não gira, mas capota’. Isso porque foi chamado às pressas para comandar a campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto.

O convite surge um ano após a publicação da biografia Lula (1° volume), do escritor Fernando Moraes. Nela, o publicitário é alvo de crítica do petista. Na página 139, do 6º capítulo, o biógrafo relata que a campanha de Fernando Haddad, em 2018, sofreu mudança drástica para se desvencilhar da pecha de filocomunismo empregada por Jair Bolsonaro. Sem que Lula, preso em Curitiba, fosse consultado o comando da campanha tratou de “desvermelhar” Haddad e, de certa forma, despetizar a propaganda, como relata Moraes no livro. 

O fato incomodou Lula. Abaixo trecho do livro que retrata a cena.

“Como sua inconformidade com a mudança não parece ter produzido resultados no comitê, e preocupado com a derrota iminente, Lula quis saber de quem era a responsabilidade pela virada na publicidade do segundo turno. Filho feio não tem pai, diz o ditado popular. Assim, a culpa acabou recaindo sobre as costas do marqueteiro oficial da campanha, o publicitário baiano Sidônio Palmeira, que já tinha feito as vitoriosas campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa ao governo da Bahia. Da cela de Curitiba, Lula bateu pé: ‘Então deem a ele uma passagem de avião e digam a esse Sidônio para vir a Curitiba falar comigo'”.

O Portal M! entrou em contato com Sidônio para saber se ele viajou até Curitiba para ouvir espirro de Lula, mas não teve as mensagens respondidas.
Informações da imprensa do eixo São Paulo – Brasília, a Leiaute Propaganda apresentou um orçamento de R$ 44,5 milhões para o primeiro e o segundo turno das eleições deste ano.

Além do valor, a proposta da agência baiana prevê ainda um custo de R$ 1,780 milhão para o período que antecede a largada oficial da corrida presidencial, distribuído em dois ciclos de R$ 890 mil.

Sidônio foi convocado depois que o marqueteiro Augusto Fonseca foi tirado das atividades após lideranças do PT e do entorno do ex-presidente fazerem críticas duras às peças publicitárias que já foram ao ar. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por sua vez, já admitiu que a comunicação tem “problemas”, e que eles serão ajustados.

O slogan “se a gente quiser, a gente pode”, criado por Fonseca, foi considerado uma cópia mal feita e a versão barata do lema da primeira campanha de Barack Obama à presidência dos EUA, “Yes, we can [sim, nós podemos]”. Franklin Martins foi mantido, mas já quem diga que teve suas funções ‘esvaziadas’.