Professores e servidores questionam venda do Odorico Tavares

Executivo, liderança da maioria e representantes dos servidores conversam sobre um novo texto da reforma da Previdência estadual. Enquanto os três lados não chegam a um acordo, a venda do colégio Odorico Tavares é o tema mais polêmico em tramitação na convocação extraordinária na Assembleia. A proposta foi tema dos protestos realizados por entidades sindicais à frente da Casa legislativa.

Mestre em Educação, o ex-candidato a presidente da República pelo PSOL, Hamilton Assis,  avalia a venda da escola escola localizada na Avenida Sete como a contramão do que o poder público deveria estar fazendo, que seria a construção de escolas maiores e melhores. “A Odorico Tavares sempre foi tida como escola de referência, estava dentro daquele pacote de escola modelo. Pelas suas caracterísitcas, atendeu os demandas e reivindicações de setores da classe média ao redor do centro mas acabou sendo ocupada pelas camadas populares, pela qualidade de ensino. Nosso povo gosta de coisa boa.”

Vinculado à entidade CSP Conlutas, Assis questiona tanto o argumento do aperto financeiro nas contas do governo estadual como a falta de demanda na unidade a ser alienada. “O governo precisa facilitar a chegada desses alunos na escola”, prega, ressaltando ainda que a verba da Educação é carimbada- o Executivo precisa aplicar na área 25% do orçamento. “O governo, na minha opinião, está rifando patrimônio para fazer caixa.”

Raciocínio semelhante tem a professora universitária Sandra Siqueira, da Faculdade de Educação da Ufba e do Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato). “É uma escola que tem 25 anos prestando serviços na comunidade e na sociedade baianas. Uma escola que tem muitos projetos e recebe uma quantidade muito grande de alunos negros e negras”.